Nova aposta de Bolsonaro: Cloroquina intoxica dois na Nigéria

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Foto: Reprodução

A cidade de Lagos, maior metrópole da Nigéria, registrou dois casos de intoxicação por cloroquina —substância utilizada contra malária e que apresentou resultados preliminares positivos no combate ao novo coronavírus. Ontem (21), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que os laboratórios do Exército ampliarão a produção do remédio. Donald Trump, presidente dos EUA, também já havia citado o medicamento como possível solução para a pandemia.

A esperança de que a cloroquina possa curar sintomas da covid-19 levou ao esgotamento do remédio em diversas farmácias no Brasil. Pessoas com lúpus, que precisam do medicamento, relatam dificuldade em encontrar cloroquina. Isso levou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a enquadrar a substância como medicamento de controle especial.

Os episódios ocorreram na última sexta-feira (20), um dia depois de o mandatário americano ter dito que a cloroquina, geralmente usada contra a malária e o lúpus, poderia ser o “remédio certo” contra a pandemia, gerando uma corrida às farmácias para comprar o medicamento.

“Já registramos dois casos de intoxicação, mas provavelmente teremos mais e mais nos próximos dias”, disse Ore Awokoya, assessora especial de saúde do governo de Lagos, à agência AFP na última sexta-feira (20).

“Depois da declaração de Donald Trump, isso ganhou outra dimensão. As pessoas foram em massa às farmácias para comprar cloroquina”, acrescentou ela, descrevendo a corrida para adquirir o medicamento como “preocupante”.

A Nigéria, país mais populoso da África, registra 22 casos do novo coronavírus, mas sua capacidade de realizar testes é limitada. As autoridades locais restringiram as atividades de igrejas, mesquitas, casas noturnas e eventos esportivos em três estados (Lagos, Abuja e Ogun), com um público máximo de 50 pessoas.

Uol