Secretários bolsonaristas passam o tempo viajando
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Dois secretários do governo federal passaram mais de 30% dos dias úteis de trabalho viajando. Em 50 deslocamentos, entre destinos nacionais e internacionais, os executivos do alto escalão da Esplanada dos Ministérios gastaram R$ 464,7 mil.
O secretário de Assuntos Econômicos Internacionais, Erivaldo Alfredo Gomes, ligado ao Ministério da Economia, e o secretário de Produtos de Defesa, Marcos Rosas Degaut Pontes, ligado ao Ministério da Defesa, fizeram 31 e 19 viagens, respectivamente.
Veja as viagens em detalhe:
Marcos Rosas Degaut Pontes
31 viagens (22 nacionais e 9 internacionais)
R$ 197.401,93 gastos
95 dias viajando (sem contar o dia da viagem) — 32% dos dias úteis de 2019 e de 2020
Erivaldo Alfredo Gomes
19 viagens (14 internacionais e 5 nacionais)
R$ 267.304,60 gasto
106 dias viajando (sem contar o dia da viagem) — 35,8% dos dias úteis de 2019 e de 2020
Entre os destinos visitados pelos secretários estão Riad (Arábia Saudita), Punta Arenas (Chile), Washington (EUA), Osaka (Japão), Xangai (China), Cingapura, Nova Delhi (Índia), Bogotá (Colômbia), Londres (Reino Unido), Buenos Aires (Argentina) e Istambul (Turquia), entre outros.
No roteiro das visitas nacionais, aparece Rio de Janeiro, São Paulo, Sorocaba (SP), Guarulhos (SP), Belo Horizonte e Recife, entre outras cidades.
Os dados foram levantados pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base em dados divulgados pelo Portal da Transparência.
Somente nos dois primeiros meses de 2020, o governo federal gastou R$ 33,86 milhões no custeio de viagens internacionais e nacionais (passagens e diárias). Ministérios, órgãos e autarquias da União iniciaram 26.293 processos de viagens oficiais.
Ao longo de 2019, o governo abriu 760.051 processos de viagens e gastou R$ 1,18 bilhão. Somente em viagens ao exterior, o governo gastou R$ 150 mi no primeiro ano de gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em 2018, o governo federal gastou R$ 1,3 bilhão com viagens e diárias. A cifra é a mesma do orçamento de Boa Vista, capital de Roraima. Destinos internacionais representaram 12% dos deslocamentos.
O governo federal sustenta que não existem irregularidades nas viagens. Em nota, o Ministério da Economia afirma que o servidor Erivaldo Gomes ocupa cargo de alto escalão e que os deslocamentos são parte das atribuições dele.