AGU diz que Carlos Bolsonaro não tem sala no Planalto
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Em resposta a uma ação civil pública movida pelo PSDB na Justiça Federal, a Advocacia-Geral da União disse que Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e vereador no Rio, não tem uma sala próxima ao gabinete presidencial, no Palácio do Planalto.
De acordo com relatos feitos à Folha, Carlos começou a usar, a partir do final de março, uma sala do terceiro andar, onde coordena a ofensiva do governo nas redes sociais. O espaço, que já havia sido ocupado antes pelo vereador, pertence ao assessor internacional da Presidência, Filipe Martins.
A presença do filho do presidente na sede administrativa gerou reclamações na equipe ministerial. O receio é de que Carlos, conhecido nas redes sociais como “pitbull”, passe a monitorar a atividade de auxiliares presidenciais para contar ao pai.
Mentor do chamado “gabinete do ódio”, bunker digital do Palácio do Planalto, o vereador tem atuado na estratégia online em defesa de uma quarentena vertical, ou seja, que resguarde apenas os grupos de risco (como idosos e pessoas com doenças preexistentes).
O PSDB, então, moveu ação para que o vereador desocupasse a sala e fosse impedido de utilizar bens ou serviços da União, sob pena de multa diária.
Em sua manifestação, a AGU acusa o PSDB de usar o Judiciário como “instrumento de desforra política”. A AGU diz que o único argumento da ação do PSDB é o de que Bolsonaro e Carlos não negaram a veracidade das informações divulgadas pela imprensa.
Ela ainda lista que o Palácio do Planalto, o gabinete pessoal do presidente, a Secretaria Especial da Administração já disseram que Carlos não tem uma sala no local e apenas frequenta o palácio como visitante.
“O que se tem posto é que a presença do réu Carlos Bolsonaro no âmbito do Palácio do Planalto dá-se tão somente na condição de visitante, haja vista que seu genitor ocupa atualmente o cargo de Presidente da República. Não há, assim, por parte dele qualquer usufruto das instalações da União Federal, salvo o próprio serviço de segurança a ele prestado enquanto familiar do Presidente da República”, diz nota da Secretaria-Geral da Presidência reproduzida no documento da AGU, que pede o indeferimento da ação.