Bolsonaro já procura outro nome para PF
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O governo começou a avaliar novos nomes para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Apesar de o presidente Jair Bolsonaro dizer que “sonha” ter Alexandre Ramagem “brevemente” no comando da instituição, já está sendo analisado um cenário com novos nomes para o posto, depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão da nomeação de Ramagem.
Por enquanto, os cotados para a direção-geral da PF são o delegado Paulo Gustavo Maiurino, secretário de Segurança do STF, cedido ao tribunal desde outubro de 2019; e o delegado Alexandre Saraiva, atual superintendente da PF no Amazonas .
O nome de Maiurino é visto como alternativa em razão do respeito que ele conquistou dentro do Supremo. Saraiva é um nome da preferência pessoal de Bolsonaro desde o ano passado .
O cenário é ainda incerto porque, segundo fontes do Planalto, o presidente tem mudado de ideia e de discurso com frequência.
Essas fontes lembram que, em reunião com auxiliares, Bolsonaro entendeu que o cenário com o nome de Ramagem era desfavorável e que não valia a pena recorrer da decisão do ministro Alexandre de Moraes. Horas depois, fez um discurso insistindo no recurso para tentar assegurar a nomeação de Ramagem .
Em agosto do ano passado, Bolsonaro queria trocar Ricardo Saadi do comando da Polícia Federal do Rio e colocar Alexandre Saraiva. Ao dizer que o escolhido seria Saraiva, de Manaus, Bolsonaro disse: “Quem manda sou eu”.
Algumas horas depois, no mesmo dia, o presidente amenizou o discurso e afirmou que “tanto faz” quem assumiria a superintendência.
A decisão, tomada pelo então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, demitido por Bolsonaro, foi nomear para a superintendência do Rio o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa.
Nesta quarta-feira, Bolsonaro voltou a pronunciar o bordão – “Quem manda sou eu” – ao ser questionado sobre uma nota da Advocacia-Geral da União (AGU), segundo a qual o governo não iria recorrer da decisão de Alexandre de Moraes. Ele determinou que o governo recorra. “Eu não engoli ainda essa decisão do senhor Alexandre de Moraes”, afirmou.