China não consegue atender demanda por equipamentos hospitalares
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A informação de que os EUA estão enviando 23 aviões para voltar com toneladas de equipamentos e produtos hospitalares da China nesta semana acendeu a luz amarela em especialistas brasileiros que tentam comprar insumos de empresas do país asiático.
“A notícia mostra que vamos ter sérios problemas de abastecimento”, diz o médico Carlos Morel, ex-presidente da Fiocruz que hoje negocia com empresas do país asiático a importação de insumos para a fundação, vinculada ao Ministério da Saúde, e outros para órgãos do país.
“O capitalismo selvagem vai se impor. Cada país vai querer se proteger”, diz ele. Morel afirma que “a pressão sobre as empresas chinesas está no nível máximo” e os preços dos insumos médicos estão aumentando freneticamente. “Sobem de um dia para o outro”.
Morel diz que as companhias chinesas já começaram a avisar que muitos equipamentos, como leitos hospitalares, só poderão ser entregues em junho.
Os vôos ordenados pela Casa Branca para a China foram noticiados pelo “The New York Times”. O jornal diz que o primeiro avião trouxe 80 toneladas de mercadorias, como 10 milhões de luvas, 1,8 milhão de máscaras, aventais e “milhares de termômetros”.
A encomenda, diz o NYT, é “uma minúscula parte” do que hospitais dos EUA, já em racionamento, necessitam neste momento.
Os EUA vão precisar, segundo estimativas, de 3,5 bilhões de máscaras caso a pandemia dure um ano.
Mas há uma fila: a empresa chinesa BYD tem que entregar 40 milhões de máscaras para a Itália antes de atender a demanda norte-americana.