Cloroquina será testada em pessoas com sintomas leves

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Foto: Reprodução/Forbes

Um grupo de médicos e cientistas brasileiros vai começar a testar a cloroquina em pacientes de pouca gravidade que foram infectados pelo coronavírus. A iniciativa foi comunicada ao presidente Jair Bolsonaro na quarta (1º).

Do projeto fazem parte a equipe do professor Marcus Lacerda, da Fiocruz de Manaus, e a cardiologista Ludhmila Abrahão Hajjar, do Incor (Instituto do Coração de SP). Os testes serão feitos em 210 pacientes.

“O doente às vezes chega ao atendimento, não está tão grave e é mandado embora. E depois desenvolve complicações”, diz Marcus Lacerda. “Se, nessa fase, eu conseguir evitar [com a cloroquina] que ele inflame o pulmão, já será um avanço.”

A cloroquina também poderia funcionar para diminuir a quantidade de vírus no paciente já nessa fase inicial.

Marcus Lacerda diz que as pesquisas estão criando alta expectativa —mas alerta que é preciso ter muita cautela. “Elas são feitas para dizer se determinada droga funciona ou não. E a cloroquina pode não funcionar”, afirma.

Ele diz que a possibilidade de isso ocorrer é real. “É grande a chance de não encontrarmos um antiviral para o novo coronavírus”, afirma ele. “É muito difícil encontrarmos uma droga para os vírus respiratórios”.

“O pesquisador não pode enviesar, não pode querer provar a todo custo que algo funciona e deixar de olhar para a parte ruim, que não está dando certo”, diz.

Lacerda e Ludhmila já coordenam um estudo sobre a cloroquina que está sendo feito com 450 pacientes de coronavírus internados em estado grave.

Ela detalhou os estudos para Bolsonaro na quarta (1º). Ao ouvir da médica que a pesquisa poderá demorar de dois a três meses para ser concluída, Bolsonaro perguntou: “E não tem nada preliminar?”.

Ludhmila disse que, antes de ter a evidência definitiva dos estudos, não será possível afirmar que a cloroquina poderá salvar vidas. E isso pode demorar de dois a três meses.

“O presidente está ansioso por uma solução, mas ouviu tudo com a maior atenção”, diz a médica.

Um outro grupo de médicos, que faz pesquisa com hidroxicloroquina e é liderado pelos hospitais Albert Einstein, Sírio Libanês, HCor, Moinhos de Vento e BricNet também esteve com Bolsonaro no mesmo dia.

Folha