Médicos de Ribeirão Preto avisam sobre risco de abertura
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Um grupo de dirigentes e médicos vinculados à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, e do Hospital das Clínicas da mesma instituição assinam um estudo em que defendem, de forma enfática, a manutenção do isolamento social como forma de evitar o pico prematuro de incidência da Covid-19 na região.
No documento, eles reforçam que, apesar do número relativamente pequeno de casos na cidade (217, com cinco mortes), e também na região, há estudos que mostram que ela tem um atraso de três semanas em relação à capital para um aumento do número de casos —o que fatalmente ocorrerá.
Uma “tentativa de flexibilização precoce e não articulada do isolamento social”, dizem, poderia levar “a população a acreditar que o pior momento da crise já tenha sido superado”, comprometendo o “enorme esforço” para preparar o sistema de saúde para salvar vidas.
O hospital, que atende a toda a região nordeste do estado de SP, tem hoje 20 leitos de UTI reservados para pacientes de Covid-19 e outros 50 novos sendo instalados. E só 8 pacientes internados.
O quadro é creditado às medidas precoces de distanciamento social amplo. Mesmo assim, o alerta é geral.
“O que a capital vivenciou [com mais de 70% dos leitos de UTI rapidamente ocupados por pacientes infectados pelo novo coronavírus] nos deixa muito cautelosos. A curva de crescimento é exponencial. Perder o ‘timing’ desse controle é fácil”, diz Antonio Pazin Filho, diretor do departamento de atenção à saúde do HC.
“Estamos preparados, mas preocupados porque somos a retaguarda de toda a região”, diz Pazin.
Na quarta (22), o governador de São Paulo, João Doria, anunciou um plano de flexibilização do isolamento que levará em conta situações regionais da pandemia. Ele não deu maiores detalhes de sua implementação.