Militares começam a atacar Moro

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Foto: Reprodução

O discurso de militares do governo de Jair Bolsonaro sobre Sergio Moro deu uma guinada no fim de semana. Se no dia da demissão do ex-comandante da Justiça fardados disseminavam a versão de que estavam perplexos e chateados, agora a linha de muitos deles é a de dizer que o ex-juiz os decepcionou.

A gota d’água, justificam, teria sido a divulgação, por Moro, de mensagens privadas trocadas por ele com Bolsonaro e com a deputada Carla Zambelli (PSL-SP).

O gesto foi considerado traiçoeiro, dentro de um contexto em que Moro saiu disparando bombas com potencial de complicar o seguimento do governo.

Tanto ministros militares quanto civis comentavam negativamente, em grupo que os reúne no WhatsApp, a iniciativa de Moro de divulgar mensagens privadas.

Alguns militares lembram que Bolsonaro já queria se livrar de Moro no ano passado, e que foi contido por eles —para agora virar os canhões contra o presidente.

Os emissários de Jair Bolsonaro que sondaram nomes conceituados no meio jurídico, e de fora do governo, para ocupar o lugar de Sergio Moro no Ministério da Justiça deixaram claro a alguns: uma eventual indicação ao STF (Supremo Tribunal Federal) não estava na mesa de negociação.

Bolsonaro já teria decidido os nomes que indicará para as duas vagas que serão abertas na corte até o fim de seu mandato: Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral, e André Mendonça, da AGU (Advocacia-Geral da União).

Os dois são cotados desde sempre, mas a presença de Moro no governo fazia dele também um candidato forte a uma das indicações.

Folha De S. Paulo