OMS diz que pandemia agora avança sobre mais pobres

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Foto: Salvatore Di Nolfi/Keystone via AP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta nesta quinta-feira que a pandemia do novo coronavírus está tomando o rumo de países e comunidades onde boa parte da população vive em condições de superlotação e o distanciamento físico é quase impossível.

O avanço da covid-19 para áreas pobres em torno do mundo tem sido uma inquietação para os especialistas, que mencionam os riscos da chegada do vírus a favelas e outras partes vulneráveis das cidades.

Em um “briefing” para as missões diplomáticas, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou hoje que a covid-19 amplifica “nossas desigualdades existentes em saúde”. Para Tedros, os governos devem considerar que, para alguns países e comunidades, as ordens de permanecer em casa “podem não ser práticas e até causar danos não intencionais”.

Ele observou que milhões de pessoas em todo o mundo precisam trabalhar todos os dias para colocar comida na mesa. E não podem ficar em casa por longos períodos de tempo sem assistência. Ou seja, os governo precisam socorrer essas pessoas.

Citando a existência de agora quase 2 milhões de casos confirmados em todo o mundo e mais de 123 mil mortos, num “aumento alarmante e trágico”, a OMS voltou a alertar sobre a suspensão das restrições impostas para combater o vírus.

“Alguns países estão agora considerando suspender restrições sociais e econômicas”, disse Tedros. “Isso é algo que todos queremos, mas deve ser feito com muito cuidado”.

Para a OMS, se o desmonte do isolamento social ocorrer muito rapidamente “corremos o risco de um ressurgimento (do vírus) que pode ser ainda pior do que a nossa situação atual”.

A organização reitera que, para flexibilizar as restrições, os países precisam levar em conta fatores como capacidades do sistema de saúde para detectar, testar, isolar e tratar todos os casos, além de rastrear todos os contatos.

Valor Econômico