Outra pesquisa mostra desmoralização de Bolsonaro

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A atuação do Ministério da Saúde sob comando de Luiz Henrique Mandetta tem aprovação de 43% dos brasileiros, segundo pesquisa Ipsos obtida em primeira mão pelo Valor. O órgão é o que tem melhor avaliação entre uma lista de sete instituições públicas e privadas avaliadas no estudo, em questão específica sobre a resposta das entidades diante da pandemia de coronavírus.

A pesquisa “Covid-19 – A Visão da População” ouviu 1 mil pessoas no país, por meio on-line, entre 28 e 29 de março. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais.

O governo federal, em comparação, é o mais mal avaliado entre as instituições citadas, com só 29% de aprovação. Com o mesmo índice, aparecem as prefeituras.

Depois do Ministério da Saúde, os hospitais públicos são bem avaliados por 40% das pessoas; os hospitais privados, por 37%; e os pontos de saúde, por 36%. Os governos estaduais foram aprovados por 35% dos entrevistados.

Os entrevistados foram questionados a dar uma nota de 1 (péssimo) a 10 (ótimo) para cada instituição e foram consideradas como aprovação pelo instituto de pesquisa as respostas com notas entre 8 e 10.

O estudo aponta que as pessoas estão, majoritariamente, seguindo a orientação dos Estados e do Ministério da Saúde para permanecer em casa e evitar contato social, apesar dos esforços em contrário do presidente Jair Bolsonaro. Entre os ouvidos, 80% disseram que adotaram a decisão de evitar sair de casa e 69%, de não receber visitas. Lavar as mãos com frequência (84%) e higienizar mãos e objetos com álcool gel (75%) também são comportamentos a que aderiu a maior parte dos entrevistados.

Ontem, Jair Bolsonaro convocou uma reunião ministerial e fez circular por auxiliares próximos que demitiria Luiz Mandetta. No fim do dia, o ministro concedeu entrevista dizendo que segue no cargo.

O presidente contraria as recomendações do Ministério da Saúde, da comunidade científica e da Organização Mundial da Saúde (OMS), ao se posicionar reiteradamente contra a quarentena e ameaçar acabar “em uma canetada” com o isolamento social decretado pelos Estados para tentar conter o avanço da pandemia no país. A doença matou 553 pessoas no Brasil e há 12.056 casos confirmados, segundo o ministério da Saúde.

O estudo identificou que 82% dos brasileiros estão preocupados com a pandemia de covid-19. O aspecto que mais preocupa é a propagação do vírus (56%), seguido pelos impactos econômicos (perda da renda ou emprego, com 27%) e o temor de que faltem alimentos (17%).

Entre os entrevistados, 39% relataram morar com algum idoso e 53%, com pessoas que tem comorbidades, sendo a mais comum a hipertensão. Idosos e pessoas com comorbidade, com pressão alta, diabetes e asma, estão no grupo de risco da doença, por apresentarem, em maior medida, complicações.

Valor Econômico