Redes de Bolsonaro demitem mais um
O historiador Aquiles Brayner – especialista em gerenciamento de bibliotecas e curadoria digital – caiu nesta quinta-feira, dia 23, de um cargo relacionado à sua área de atuação na Secretaria Especial da Cultura depois de virar alvo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Com base em postagens feitas por Brayner nas redes sociais, ele foi tachado de “traidor” do governo.
Uma portaria desta quinta publicado em edição extra do Diário Oficial da União tornou sem efeito a nomeação do historiador como diretor do Departamento de Livro, Literatura e Bibliotecas, órgão que integra a Secretaria da Cultura, do Ministério da Cidadania. Antes de ser nomeado para assumir o departamento, ele trabalhou por um ano na Diretoria de Documentação Histórica da própria Presidência da República.
O especialista acumula passagem de mais de três anos pela Fundação Biblioteca Nacional e de 14 anos na British Library, a biblioteca nacional do Reino Unido, dona do maior acervo do mundo, com 170 milhões de itens – sendo grande parte digitalizada.
“Um traidor por dia, @jairbolsonaro ? PQP!”, escreveu Allan dos Santos, um dos principais blogueiros alinhados com o bolsonarismo e que habitualmente promove linchamentos virtuais, no Twitter. Ele tagueou três dos filhos do presidente: o senador Flávio Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
O historiador excluiu sua conta do Twitter. O perfil era majoritariamente usado por Brayner para falar sobre temas relacionados à preservação do conteúdo web brasileiro e projetos e política para arquivar a memória digital de páginas que saem do ar.