Academias de SP não podem abrir
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O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira, 13, que academias e salões de beleza não poderão voltar a funcionar no estado durante a vigência da fase atual da quarentena, que se estende até 31 de maio. Segundo o governador João Doria, não haverá nenhuma alteração durante o isolamento, que vale para todos os 645 municípios paulistas. A declaração é uma resposta à recente inclusão de academias, salões de beleza e barbearias como atividades essenciais pelo presidente Jair Bolsonaro em decreto.
“Sobre o decreto presidencial relativo a academias de ginástica e salões de beleza, aqui em São Paulo o governo respeita e ouve o seu secretário da Saúde, o seu comitê da Saúde. Comitê de saúde e secretário indicam que ainda não temos condições sanitárias seguras para autorizar a abertura academias, salões de beleza e barbearias neste momento. […] Nosso maior respeito por esses profissionais é garantir a sua vida, sua existência e sua saúde”, disse Doria.
O estado ultrapassou, nesta quarta-feira, 13, a barreira dos 4.000 mortos pela Covid-19. De acordo com o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann, São Paulo tem 4.118 óbitos e 51.097 casos confirmados por infecção por coronavírus. Foram 169 novas mortes e 3.378 casos confirmados nas últimas 24 horas.
A taxa de ocupação das UTIs, considerada o principal fator para um possível lockdown, está em 68,3% no estado e em 87,2% na Grande São Paulo. Estão internados em UTI 3.702 pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de Covid-19 e 5.950 em enfermaria.
A taxa de isolamento no estado de São Paulo na terça-feira, 12, foi de 47%. Na capital paulista, mesmo com o megarrodízio, foi de 48,4%. O índice médio esperado pelo governo é de 55%. Diante destes dados, Doria voltou a afirmar que “não está descartado o lockdown”, em São Paulo. Mas “neste momento não há esta expectativa” da medida, segundo o governador.
De acordo com o coordenador do comitê da saúde, Dimas Covas, as variáveis que influenciam uma possível adoção do lockdown são a taxa de transmissão e o índice de ocupação de leitos de UTI. “Existem critério internacionais. O primeiro é a taxa de ocupação dos leitos de UTI. Quando essa taxa, ultrapassa 90%, liga-se a luz amarela. Chegando a 100%, o sistema começa a entrar em crise. A segunda variável é a taxa de transmissão, a capacidade de um indivíduo transmitir para outros. Quando é superior a um, a pandemia vai progredir. A associação desses dois fatores determina a necessidade determina o lockdonw. […] Nós estamos próximos de 90% de ocupação e a taxa de ocupação é superior a um. Então em princípio estamos reunindo os critérios na região metropolitana para começar a considerar essa possibilidade, se não houver uma inflexão na taxa de isolamento e no número de leitos”, disse Covas.