Alunos de escolas privada dizem que Enem é injusto com escolas públicas
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Alunos das principais escolas privadas de São Paulo organizaram um manifesto pedindo o adiamento do Enem. Uma das razões elencadas é que, durante a pandemia da Covid-19, as desigualdades entre os colégios públicos e particulares se agravaram, graças às diferenças de acesso à internet e, portanto, ao ensino à distância.
O documento, que teve a adesão de escolas do Rio, de Minas e de Pernambuco, públicas e privadas, será enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal), à Câmara dos Deputados e ao Senado, e também para autoridades federais e estaduais de ensino.
“Mesmo em escolas privadas capazes de investir em infraestrutura para essa nova forma de ensino remoto, os alunos e professores não têm preparo para esse modelo e se deparam com inúmeros desafios”, diz o texto. “Quanto às escolas públicas, vemos uma realidade de alunos e professores desatendidos, sem suporte para dar continuidade ao ensino nesse novo formato.”
“Muitos jovens carecem de acesso à internet, livros didáticos ou ambientes apropriados para o estudo em suas residências”, segue o texto dos estudantes. “Nessa discrepância de acesso aos mecanismos necessários para o ensino digital, as desigualdades entre escolas públicas e privadas se agravam.”
O documento é assinado por estudantes de colégios como Bandeirantes, Dante Alighieri, Equipe, Lourenço Castanho, Mackenzie, Móbile, Pentágono, Porto Seguro, Santa Dorotheia, Santa Cruz e Vera Cruz. E tem apoio de entidades ligadas à área, como o Mapa Educação.