Bolsonarismo está em pânico com serviço anti fake news

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Foto: L. Huter

A criação e rápida popularização de um perfil no Twitter que alerta empresas que anunciam em sites que propagam informações enganosas está mobilizando a militância virtual bolsonarista, que se sentiu perseguida. Após a ação do perfil Sleeping Giants (que em inglês significa gigantes adormecidos) sensibilizar uma empresa pública, o Banco do Brasil, até Carlos Bolsonaro, filho do presidente da República, e o secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, entraram na briga.

A militância bolsonarista encara o episódio como mais uma batalha da guerra cultural que eles dizem travar e está mobilizando um boicote dos “conservadores” às empresas que responderam às denúncias do perfil.

Parceiro de um movimento norte-americano que denuncia principalmente o financiamento a comunicadores sexistas, o Sleeping Giants começou a operar nesta semana em versão brasileira e já contava coma 37 mil seguidores na noite de quarta-feira (20/05).

O perfil escolheu como primeiro alvo um popular site de notícias de apoio ao governo, o Jornal da Cidade Online. Foi o que enfureceu os influenciadores digitais bolsonaristas que costumam divulgar textos da página.

 

Para a militância, o objetivo do perfil, cujo controlador não revelou a identidade, é censurar a mídia conservadora. Veja o comentário do vereador carioca Carlos Bolsonaro ao reclamar do Banco do Brasil ter respondido ao alerta.

 

Outras empresas também se comprometeram a rever suas regras de anúncios na web após serem alertadas pelo perfil.

O contra-ataque da militância bolsonarista veio em forma de campanha por boicote a essas empresas. Foi criado, inclusive, um perfil no Twitter (ironicamente batizado ‘antiboicote’) para divulgar os alvos.

 

Por causa da campanha, os nomes das empresas citadas foram alçados aos temas mais comentados na rede social, os trending topics.

Foi a resposta do Banco do Brasil, empresa pública, que motivou a mobilização do secretário de Comunicação do governo federal a tomar partido. Para Fábio Wajngarten, o perfil Sleeping Giants é um “veículo multinacional de extrema esquerda” que “quer constranger jornais independentes brasileiros”.

Wajngarten prometeu ainda que está “contornando a situação”. O banco público não se manifestou.

O jornal virtual alvo do perfil está se dizendo vítima de censura e perseguição. A publicação tem divulgado o boicote às empresas envolvidas e noticiado perda “avassaladora” de clientes por parte delas.

Segundo publicação na página, “após um bando de militantes esquerdistas criar um perfil para difamar o Jornal da Cidade Online e tentar boicotar nossos patrocínios através de acusações falsas e criminosas, algumas empresas compactuaram com os pedidos da máfia comunista”.

O veículo afirma que não produz notícias falsas, mas a agência de checagem Aos Fatos registrou ao menos dois textos em que o site foi além de uma leitura alternativa dos fatos.

O Jornal da Cidade Online já noticiou que o ex-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) havia declarado voto em Jair Bolsonaro às vésperas da eleição de 2018, o que é mentira, e já teve uma colunista que usava foto roubada de uma escritora para se identificar.

Metrópoles