Bolsonaro se reunirá com Weintraub hoje
Foto: Adriano Machado/Reuters
O presidente Jair Bolsonaro se reunirá nesta quarta-feira (27) com o ministro da Educação, Abraham Weintraub. O encontro ocorre no momento em que o ministro é cobrado por suas declarações polêmicas na reunião ministerial de 22 de abril.
Nesta terça, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu pedir explicações de Weintraub sobre suas declarações feitas na reunião de governo. Weintraub afirmou no encontro que, por ele, “botava esses vagabundos todos na cadeia”, “começando no STF”.
Pela decisão do STF, o chefe da pasta da Educação tem cinco dias para prestar depoimento à Polícia Federal. A determinação de Alexandre de Moraes foi feita no âmbito do inquérito que apura ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes do Supremo e seus familiares.
Também ontem, o Ministério Público Federal (MPF) pediu esclarecimentos de Weintraub sobre uma outra declaração dada por ele na mesma reunião, sobre povos indígenas e ciganos. “Odeio o termo ‘povos indígenas’, odeio esse termo. Odeio. O ‘povo cigano’. É povo brasileiro, só tem um povo”, disse o ministro na ocasião, ao defender “acabar com esse negócio de povos e privilégios”.
Pela agenda oficial, Bolsonaro recebe o Weintraub no Planalto a partir das 14h30. Ontem, o presidente evitou responder perguntas sobre o ministro ao falar na frente do Palácio da Alvorada. Na entrevista no fim da tarde, no retorno à residência oficial, Bolsonaro encerrou sua fala ao ser questionado sobre a decisão de Alexandre de Moraes de cobrar explicações de Weintraub.
No Legislativo, o ministro da Educação também é cobrado da dar esclarecimentos. O Senado aprovou na segunda-feira (25) a convocação de Weintraub. O chefe da pasta da Educação será obrigado a comparecer na Casa, em data a ser definida, para prestar explicações aos parlamentares sobre suas falas na reunião ministerial.
Além disso, lideranças partidárias se uniram para pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) a investigação de Weintraub por suposto crime de responsabilidade cometido por ele durante o encontro de 22 de abril. Deputados do Cidadania, PCdoB, PT, PSOL, Rede, PDT, PSB, além dos líderes da minoria e da oposição assinaram o pedido protocolado na tarde desta terça.