Bolsonaros vão à loucura contra Moro

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) atacaram o ex-ministro Sergio Moro (Justiça) no Twitter logo após a revelação de trechos transcritos do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, citada por Moro em depoimento à Polícia Federal no começo do mês, e também de novas mensagens trocadas entre o ex-juiz e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP).

Usando reprodução de uma parte dessas mensagens, o presidente disse que um trecho no qual o ex-ministro pede a revogação da exoneração de Maurício Valeixo como diretor-geral da Polícia Federal prova que não haveria interferência na instituição.

“Fica claro que, com a possível revogação do decreto de exoneração, qualquer “interferência” por parte do Presidente deixaria de existir”, escreveu o presidente em sua conta. “Game Over”, definiu Bolsonaro na mensagem publicada, o que significa que para ele o assunto teria acabado.

 

Carlos Bolsonaro, por sua vez, disse que está para ver “pessoa, ao meu ver, mais máu (sic) caráter que este Sergio Moro”. O vereador afirmou que Moro “enquanto no governo afirmava que nunca houve interferência do presidente na Polícia Federal”, mas agora “insiste em narratica para se manter vivo na política”.

 

Em sua conta, Moro reproduziu nota do advogado Rodrigo Sánchez Rio que diz que o ex-ministro e seus advogados “foram surpreendidos com a petição da AGU (Advocacia-Geral da União), em favor do presidente da República, no inquérito junto ao STF”. A defesa de Moro alegou que a “transcrição parcial revela disparidade de armas pois demonstra que a AGU tem acesso ao vídeo, enquanto a defesa não tem”.

 

Bolsonaro afirmou na reunião ministerial de 22 de abril que não estava recebendo informações da Polícia Federal e iria “interferir”, e também disse que não iria esperar “f. minha família” para fazer trocas na “segurança”, segundo transcrição do encontro feita pela AGU (Advocacia-Geral da União) e entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal).

“Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações; eu tenho as inteligências das Forças Armadas que não têm informações; a Abin tem os seus problemas, tem algumas informações, só não tem mais porque tá faltando realmente… temos problemas… aparelhamento, etc. A gente não pode viver sem informação. Quem é que nunca ficou atrás da… da… da… porta ouvindo o que o seu filho ou a sua filha tá comentando? Tem que ver pra depois… depois que ela engravida não adianta falar com ela mais. Tem que ver antes. Depois que o moleque enchou os cornos de droga, não adianta mais falar com ele: já era. E informação é assim. [referências a Nações amigas]. Então essa é a preocupação que temos que ter: “a questão estatégica”. E não estamos tendo. E me desculpe o serviço de informação nosso – todos – é uma vergonha, uma vergonha, que eu não sou informado, e não dá pra trabalhar assim, fica difícil. Por isso, vou interferir. Ponto final. Não é ameaça, não é extrapolação da minha parte. É uma verdade”, disse Bolsonaro em um dos trechos.

Uol