Empresários pressionam Doria por fim da quarentena

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO

Em reunião com empresários, João Doria foi cobrado em dois temas: o rodízio na capital paulista e um novo e consistente plano de saída do isolamento. No primeiro caso, o governador não atacou nem defendeu a medida, apenas jogou a batata quente na direção de Bruno Covas, afinal, ela foi tomada pelo prefeito (nos bastidores, as gestões tucanas enfrentam dias de turbulência). Quanto à flexibilização da quarentena, Doria voltou a falar em uma estratégia a ser elaborada para evitar recaídas. Não definiu, porém, prazo para o fim total do isolamento.

Segundo a Coluna apurou, o Comitê Executivo do governo paulista para a covid-19 avalia que o Estado está mais perto de apertar as restrições do que da abertura da economia.

Os índices de isolamento estão muito abaixo dos esperados pelo governo paulista: com menos de 55%, é difícil levar adiante qualquer conversa séria a respeito de reabertura gradual da economia.

Um dos empresários citou dados oficiais que apontam aumento no número de usuários do transporte coletivo da capital. Ele questionou a racionalidade do rodízio expandido. Ficou sem resposta.

Segundo o secretário Marco Vinholi, o governo estuda medidas mais restritivas, mas ele evita usar o termo “lockdown”. “Avaliamos isso diariamente. Hoje, não é algo que está no nosso horizonte.”

A avaliação está sendo feita de forma “modular”, ou seja, a depender do caso de cada município, sendo hoje os mais críticos: grande São Paulo e baixada santista.

A interiorização do avanço da doença preocupa o governo: só em 24h, o vírus chegou em mais dez municípios, atingindo 433 cidades. O número de contaminados no interior subiu de 4.000 para 8.000 em duas semanas, disse Vinholi.

Doria classificou o enfrentamento da pandemia e o crescente número de mortos como o pior momento da sua vida. A declaração, em inglês, foi dada à rede de TV norte-americana ABC News e vai ao ar hoje à noite.

Estadão