Entrevista bomba agrava situação de Bolsonaro
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Procuradores e ministros de tribunais superiores avaliam que o relato de Paulo Marinho à Folha, sobre o vazamento de uma investigação ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho de Jair Bolsonaro (sem partido), gera mais implicações políticas para o mandatário. A análise é que a acusação do empresário corrobora a suspeita de que o presidente se referia a preocupações sobre investigações da Polícia Federal contra a família quando tratou do tema em reunião ministerial no dia 22 de abril.
Para esses integrantes do MPF e magistrados, a investigação sobre o vazamento, que já é feita por um grupo de procuradores do Rio de Janeiro, deverá se encontrar com o inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre as acusações de Sergio Moro de que Bolsonaro tentou interferir na PF.
Segundo transcrição do vídeo do encontro com ministros, Bolsonaro disse: “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. minha família toda de sacanagem (…)”. O presidente tem dito que se referia à troca na equipe da segurança pessoal da família.
De acordo com o relato de Marinho, em outubro de 2018, um delegado da PF avisou Flávio, então deputado estadual, que uma investigação atingiria seu gabinete e atrasou a operação para não gerar danos eleitorais ao seu pai, que era candidato. Antes de os policiais irem a campo, Flávio ainda exonerou Fabrício Queiroz, atingido pela apuração.
Para magistrados, a conduta de Bolsonaro em ato com apoiadores neste domingo (17), de rechaçar provocações ao Congresso e ao Supremo, foi estratégica. Para eles, o presidente não quer comprar mais briga em meio ao inquérito na corte que pode definir seu futuro político e influenciar ânimos no Legislativo.