Extremistas de direita planejam atentados a bomba

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Foto: Reprodução

Quatro dias após a Polícia Civil prender dois homens que ameaçaram de morte juízes do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), magistrados de 10 varas e juizados foram novamente alvo de intimidações via e-mail. A mensagem eletrônica foi recebida nesse sábado (23/05) às 22h27. O texto saiu de um servidor de correio eletrônico hospedado na Rússia. A Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) e promotores do Núcleo Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Ncyber) do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) apuram o caso.

O texto ameaçador é assinado por um grupo que se intitula Comando Invisível e também promete cometer atos de violência contra os policiais civis do DF. O suposto grupo extremista afirma que pretende desencadear ataques violentos em delegacias e fóruns.

“Vamos fazer um massacre histórico em delegacias e fórum (sic), com nossos conhecimentos em química e acesso a armamento de guerra militar, podemos fazer algo esplêndido”, aponta o texto, de 28 linhas.

Os extremistas chamam os magistrados de “semideuses e juizecos” e garantem ter o poder de fogo necessário para colocar as ameaças em prática. “Temos armamento militar de grosso calibre, armamento de guerra que inclui lança-foguetes, explosivos e granadas. Iremos explodir diversas delegacias e juizados pelo DF, com carros-bombas e lança-foguetes, se a coisa ficar feia para o povo de bem”, diz o suposto grupo.

De acordo com fontes ligadas à investigação ouvidas pelo Metrópoles, as apurações foram iniciadas. No entanto, será um trabalho de alta complexidade tentar chegar ao ponto de origem do e-mail que ameaça os magistrados do TJDFT. “Se, de fato, a mensagem tiver sido enviada de servidores russos, será uma investigação altamente técnica, além de árdua”, explicou um investigador.

Segundo as autoridades, a autenticidade da mensagem está sendo checada. “Não é incomum esses grupos se valerem de serviços de e-mail de outros países pra dificultar o rastreamento. O fato de ser da Rússia, a priori, não significa nenhuma relação com o país em si, mas só a tentativa de dificultar o rastreamento”, explicou a fonte ouvida pela reportagem.

O Metrópoles entrou em contato com o TJDFT para saber se o tribunal irá adotar alguma medida de segurança, mas até a publicação desta matéria não havia obtido resposta – o espaço segue aberto para manifestação posterior.

Última ameaça
Os dois homens que ameaçaram juízes e foram presos pela Polícia Civil, em operação conjunta com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), na última quinta-feira (21/05), ficarão atrás das grades. A decisão foi tomada pela juíza da 5ª Vara Federal de Brasília Diana Maria Wanderley da Silva.

No local onde foram cumpridos os mandados de busca e apreensão os policiais encontraram farto material relacionado às ameaças e cartazes com o nome de “Comando da Intervenção”. Os homens são suspeitos de enviar aos magistrados mensagens anônimas com as ameaças.

Conforme a coluna Grande Angular revelou nessa quarta-feira (20/05), os textos foram encaminhados para o e-mail dos juízes. “O Brasil chegou a um ponto onde não é mais possível resolver os problemas através da razão e do bom senso”, destacaram os suspeitos na mensagem. “Por isso, convocamos a população para matar em legítima defesa de si mesmo e da pátria políticos, juízes, promotores, chefes de gabinetes, assessores, parentes, protetores e demônios de toda sorte (sic)”, assinalaram.

Em ofício produzido pelo grupo, Célio e Rodrigo solicitam medidas de combate ao novo coronavírus. A sugestão dos extremistas é a aquisição de rolhas pelo governo, que as pessoas deveriam usar no ânus.

Entre os materiais apreendidos (confira abaixo), há um pendrive com a etiqueta “Matar juízes. Matar todos”. Em uma cartilha, incitam as pessoas a matarem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Assunto: SENTENÇA DE MORTE AOS TRAIDORES DA PÁTRIA.

Aos políticos, juízes, promotores, mefíticos e vagabundos de toda sorte.

O Brasil chegou a um ponto onde não é mais possível resolver os problemas através da razão e do bom senso.

Por esse motivo, a partir de agora, serão resolvidos através da execução do ESTADO DE SÍTIO, sob comando do exmo. Gen. de Exército Walter Souza Braga Neto.

Por isso, convocamos a população para MATAR EM LEGÍTIMA DEFESA DE SI MESMO E DA PÁTRIA políticos, juízes, promotores, chefes de gabinetes, assessores, parentes, amigos, protetores, e demônios de toda sorte.

MATEM TODOS.

MATEM JUÍZES, MATEM PROMOTORES, MATEM DEPUTADOS, PREFEITOS, VEREADORES, PARENTES, FILHOS, NETOS E AMIGOS.

BASE LEGAL PARA A SENTENÇA DE MORTE

O texto encaminhado aos juízes fala ainda em “estado de sítio”, sob o comando do general do Exército Walter Souza Braga Netto, chefe da Casa Civil da Presidência da República, que repudiou o conteúdo da mensagem e o uso indevido de seu nome.

Em nota enviada à coluna Grande Angular, o ministro disse ainda que “solicitaria a rigorosa apuração da autoria e a responsabilização dos envolvidos”.

Metrópoles