Felipe Neto influencia politicamente os jovens

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Foto: Reprodução

O tradicional programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura, é palco histórico de políticos, empresários e pensadores. Nesta segunda-feira, 18, o sabatinado foi um rapaz de 32 anos alçado a fama por vídeos abilolados no YouTube. Faz sentido dar tanto destaque para Felipe Neto? Sim, faz.

Contrariando o mote de seus colegas de profissão, que fogem de polêmicas políticas para não perderem seguidores, Neto tem provado que o momento não é de fugir, mas de se posicionar. Assim, ele ecoa o desejo de milhões de outros jovens inconformados — como provam os números crescentes de seguidores em suas redes.

Antigo crítico do PT e de Jair Bolsonaro, a quem chamou recentemente de “ameaça”, Neto é ainda um bom exemplar de um influenciador que pode ajudar a quebrar os extremos da polarização política. Na entrevista, ele reafirmou seu compromisso de “não ficar calado” diante do atual governo, e fez um mea culpa por ter apoiado o impeachment de Dilma Rousseff. “Um defeito que eu não tenho é o da teimosia. Errei no passado, aprendi com esses erros. Não sou adorador de um projeto petista, mas, no momento do impeachment, daquilo que podemos chamar de golpe, a minha colaboração, embora fosse nada comparável com a que tenho hoje nas redes sociais, sem dúvida existiu”, disse.

Usando um linguajar simples, mas não simplório, de grande alcance, Neto ainda discorreu sobre os perigos do nacionalismo e da tradição de idolatria de líderes, tão comum ao povo brasileiro. “Temos isso de acreditar em salvadores da pátria, temos que desconstruir essa ideia. Bolsonaro e Moro não têm como salvar a pátria, ninguém é salvador da pátria. A política tem que viver de convivência, resolvendo tudo coletivamente”. Nada mal para um jovem que até alguns anos atrás preferia falar sobre os vampiros de Crepúsculo. O mundo mudou. E a maturidade caiu bem em Felipe Neto — assim como viria a calhar ao povo brasileiro.

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