Filho de Bolsonaro acusa Moro de “falta de hombridade”
Foto: Maandel Ngan – 30.ago.19/AFP
Após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro dizer, em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, que o governo do presidente Jair Bolsonaro usava sua imagem, mas não tem o compromisso real de lutar contra a corrupção, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, reagiu com postagem no Twitter.
Moro disse, na entrevista, que poderia ser uma “verdade inconveniente” para os seguidores de Bolsonaro essa fala, mas que havia vários exemplos e elencou, além da suposta tentativa de interferência política na Polícia Federal, a falta de empenho do governo para manter o Coaf no Ministério da Justiça e a desidratação do Pacote Anticrime no Congresso, no ano passado.
“No caso do Pacote Anticrime também não teve, a meu ver, um apoio adequado por parte do Palácio do Planalto”, reclamou.
Veja a postagem de Eduardo Bolsonaro:
Me desculpe se é uma verdade incoveniente, mas faltou hombridade, lealdade, fidelidade e compromisso com a proposta eleita democraticamente em 2018.
O servidor público serve ao povo, não à sua biografia.
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) May 25, 2020
O Pacote Anticrime foi desidratado no Congresso e Moro deu entrevistas na época tentando valorizar o que havia sido aprovado.
“E, após a decisão do Supremo Tribunal Federal derrubando a prisão em segunda instância houve uma iniciativa legislativa para recompor isso e não houve uma palavra de apoio por parte do presidente”, enumerou ainda o ex-ministro, antes de dizer que ficou no governo por um ano e quatro meses na esperança de que a situação mudasse. “Mas a gota d’água foi a tentativa de interferência na Polícia Federal”, contou ele para a jornalista Poliana Abritta.
Rompido com Bolsonaro desde o dia 24 de abril, quando se demitiu do governo acusando o presidente de querer interferir politicamente na Polícia Federal, Moro tem usado as redes sociais e entrevistas à imprensa para manter um jogo de acusações com seu ex-chefe.
As acusações de Moro a Bolsonaro geraram um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), o que tem como prova o já histórico vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.