Maia critica “conflito” entre Bolsonaro e Guedes

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Foto: Sérgio Lima/Poder360

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, ontem, que observa de forma clara um conflito de posições entre o Ministério da Economia, de Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro. Ele referia-se ao congelamento de salário dos servidores que estava no projeto de socorro aos estados e municípios.

“Vemos no governo, nitidamente, um conflito de posições, que está ficando cada vez mais claro, entre o que pensa a equipe econômica e o que pensa o presidente da República. Na votação esta semana, ficou claro isso em relação ao artigo de excepcionalidade dos servidores. Ficou claro que, hoje, há uma divisão”, afirmou, em transmissão organizada pelo banco Santander para falar sobre ações do Congresso contra a pandemia.

A recomendação do Ministério da Economia era deixar de fora do projeto de congelamento de salário dos servidores públicos, durante a pandemia, a área da saúde e da segurança pública. A mudança nos grupos contemplados, no entanto, foi feita a pedido do próprio Executivo, segundo o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Ontem, Bolsonaro disse que vetará o artigo do projeto aprovado no Congresso que garante os reajustes aos servidores públicos.

Maia aproveitou para criticar a proposta. “Congelamento em momento de queda de arrecadação não significa nada. O que a gente tem de discutir é outra coisa, é uma repactuação do tamanho do Estado brasileiro. Pode não ser agora, no meio da pandemia, estou de acordo. Tentei introduzir no início, fui tese vencida, e acho que esse não seja, talvez, o momento. Talvez a partir de junho”, destacou. “Congelar não é economizar. Só é economizar se a despesa estivesse mantida no mesmo patamar, o que não será um dado real. Então, não haverá economia com congelamento.”

Durante a transmissão, Maia afirmou que houve uma demora por parte do governo de calcular os impactos da pandemia no Brasil, mas ressaltou que o mesmo ocorreu no restante do mundo e disse que não era uma crítica ao Executivo.

Maia conta que em uma reunião, em 9 de março, com Guedes e o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi possível ver “nitidamente, que os impactos na economia não estavam projetados ainda”. “Não estavam colocados, apesar de todo o alerta do ministro da Saúde e dos dados apresentados pelo Banco Central”, ressaltou.

Correio Braziliense