Ministro da economia defende turismo sexual
a reunião ministerial citada pelo ex-ministro Sergio Moro, recheada de palavrões por parte dos ministros e do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, cuja gravação foi divulgada nesta sexta-feira (22/05), o ministro da Economia, Paulo Guedes, provocou a ministra Damares Alves, da pasta de Mulher, Família e Direitos Humanos, ao falar da necessidade de abertura do turismo no Brasil.
Guedes disse a Damares: “Deixa cada um se foder do jeito que quiser. Principalmente se o cara é maior, vacinado e bilionário. Deixa o cara se foder, pô”, disse o ministro ao se referir à atração de empresários do ramo de turismo para explorar áreas no Brasil, entre elas, Angra dos Reis.
“Tem problema nenhum. São bilionários, são milionários. Executivo do mundo inteiro. O cara vem, fazem convenções. O turismo saiu de cinco milhões em Cingapura pra 30 milhões por ano. O Brasil recebe seis. Uma pequena cidade recebe 30 milhões de turistas. O sonho do presidente de transformar o Rio de Janeiro em Cancún lá, Angra dos Reis em Cancún. Aquilo ali pode virar Cancún rápido. Entendeu? A mesma coisa aí Es… é, Espanha. Espanha recebe 30, 40 milhões de turistas. Isso aí é uma cidade da Ásia. Macau recebe 26 milhões hoje na…na China. Só por causa desse negócio. É um centro de negócios. É só maior de idade. O cara entra, deixa grana lá que ele ganhou anteontem. Ele deixa aquilo lá, bebe, sai feliz da vida.
Atrapalha ninguém. Aquilo não atrapalha ninguém. Deixa cada um se foder. Ô Damares. Damares. Damares. Deixa cada um. Damares. Damares. O presidente, o presidente fala em liberdade. Deixa cada um se foder do jeito que quiser. Principalmente se o cara é maior, vacinado e bilionário. Deixa o cara se foder, pô!”, disse o ministro.
Guedes ainda disse que “nenhum brasileirinho desprotegido” entraria no local. “Não entra nenhum brasileirinho desprotegido. Entendeu?”.
A pasta comandada por Damares é responsável por ações de combate à exploração sexual infantil no Brasil, inclusive associada ao turismo internacional.
O vídeo da reunião foi divulgado quase na íntegra pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que trata da tentativa de interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, após as denúncias do ex-ministro Sergio Moro.
Entenda o caso
Moro deixou o Ministério da Justiça no dia 24 de abril acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal. Segundo ele, Bolsonaro não só queria indicar alguém de “sua confiança” tanto para a diretoria-geral da PF quanto para as superintendências estaduais, como também queria “relatórios de inteligência” da corporação.
Entre os elementos que, segundo o ex-juiz, provavam suas alegações, estava justamente o vídeo desta reunião ministerial. As imagens foram entregues pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao STF, no âmbito de um inquérito que apura as alegações de Moro, mas permaneciam, até então, em sigilo.
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