Situação de Aécio é cada vez mais complicada

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Foto: Sérgio Lima/Poder360

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e outras onze pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal nesta quinta, 7, pelos crimes de corrupção passiva e ativa, desvio de recursos públicos e falsidade ideológica por esquema de superfaturamento na construção da Cidade Administrativa de Minas Gerais, sede do Executivo mineiro, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A investigação da PF mirou fatos relatados por diretores e executivos do Grupo Odebrecht que firmaram delação premiada com o Supremo Tribunal Federal. Segundo a Polícia Federal, o processo de licitação das obras foi dirigido por meio de cláusulas restritivas, permitindo à empreiteira vencer o pregão.

O esquema teria ocorrido entre 2007 e 2010, período que o tucano era governador de Minas Gerais.

O investigadores também apontaram indícios de desvio de R$ 232 milhões em recursos públicos por meio de contratações fictícias, cujos serviços não foram prestado. Somado à fraude na licitação, o prejuízo aos cofres do governo mineiro chegam a R$ 747 milhões em valores atualizados.

Na semana passada, Aécio foi denunciado pela Procuradoria-geral da República (PGR) por solicitar e recebar propinas em um ‘sofisticado esquema de contabilidade paralela’. As vantagens indevidas que somam R$ 65 milhões teriam sido pagas pelas construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez em troca de influência política do tucano na concessão e construção de usinas hidrelétricas em Rondônia.

Os repasses teriam sido realizados entre 2009 e 2011, período em que Aécio ocupou os cargos de governador de Minas Gerais e senador do Estado. As vantagens indevidas foram pagas através de Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas e antigo aliado do tucano, e pelo empresário Alexandre Accioly, da rede Bodytech. O tucano foi denunciado por 22 atos em que solicitou, aceitou e recebeu propina.

Procurada pela reportagem, a defesa do tucano rebateu a denúncia e afirmou que ‘não há e nunca houve qualquer crime por parte de Aécio Neves’. “Foi demonstrado exaustivamente que as conclusões alcançadas pelo delegado são mentirosas e desconectadas dos próprios relatos dos delatores e, o que é mais grave, das próprias investigações da PF”, disse o criminalista Alberto Zacharias Toron.

Estadão