Toffoli diz que achou ameaças concretas ao STF
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, afirmou que o inquérito aberto no ano passado para investigar ataques à Corte permitiu a descoberta de “ameaças reais”. A declaração foi dada em uma “live” do Lide, grupo fundado pelo governador de São Paulo, João Doria, ao responder uma pergunta sobre a prisão de duas pessoas na quinta-feira acusadas de ameaçar juízes e promotores do Distrito Federal.
— Isso é uma ação criminosa, tanto que ontem foram presas duas pessoas em Brasília, que apresentaram ameaças e com perspectivas inclusive de ações. Por isso foi aberto inquérito e houve a prisão delas — disse Toffoli sobre a investigação em curso no DF.
Em seguida, comentou o inquérito do próprio STF, que foi aberto por ele e entregue para a relatoria do ministro Alexandre de Moraes. O inquérito recebeu muitas críticas por, entre outras coisas, ter sido instaurado sem a participação do Ministério Público. Foi nesse processo que o ministro Moraes tomou um decisão censurando conteúdo dos sites “O Antagonista” e “Crusoé”.
— Eu, logo no início do ano passado, fui muito criticado por ter aberto um inquérito de defesa da instituição Supremo Tribunal Federal. Hoje, muitos que criticavam há mais de um ano esse inquérito, eles reconhecem a importância da abertura desse inquérito. Só o feito de ter aberto o inquérito já fez reduzir ameaças inúmeras. Ali se descobriu, inclusive na deep web, ameças reais, ameaças reais — disse Toffoli.
Ele não quis responder se concordava ou não com a divulgação do vídeo da reunião ocorrida em 22 de abril entre o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros. A decisão de liberar parcial ou totalmente ou vídeo, ou ainda mantê-lo em sigilo, será tomada pelo ministro do STF Celso de Mello até as 17h desta sexta-feira. O encontro é citado pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro como uma das provas da suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.
— Não cabe a mim opinar. Feliz um país que tem o ministro Celso de Mello. Ele é a maior autoridade moral em cargo público no nosso país, sem dúvida nenhuma. Com certeza, esse caso está em boas mãos — disse Toffoli.