Trump vetará passageiros do Brasil

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Foto: LEAH MILLIS / REUTERS

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira que ainda considera proibir a entrada de passageiros vindos do Brasil, reiterando uma ameaça que fez em mais de uma ocasião.

— Estamos considerando isso — disse o presidente a jornalistas na Casa Branca. — Não quero pessoas vindo para cá e infectando nosso povo. Também não quero que as pessoas fiquem doentes por lá. Estamos ajudando o Brasil com respiradores… O Brasil está tendo problemas, não há dúvida sobre isso.

Trump não indicou como seria essa ajuda com os respiradores, e até o momento nada foi anunciado nesse sentido.

Procurado o Ministério da Saúde não respondeu até o início da noite desta terça.

Segundo o embaixador Nelson Forster, encarregado de negócios na embaixada do Brasil em Washington, “não há, no momento, nenhuma nova decisão quanto a cancelamento de conexões aéreas com o Brasil nem de imposição de restrições a este respeito”. Sobre a ajuda, Forster disse que “na última ligação entre os presidentes Bolsonaro e Trump, houve ofertas de lado a lado de assistência entre os países, tanto sobre possibilidades de cooperação científica quanto sobre aquisição de materiais. Cada país, como é natural, dará prioridade à sua própria população, mas os Estados Unidos asseguraram ao Brasil uma isenção da Lei de Produção de Defesa. Essa isenção garante ao Brasil a possibilidade de aquisição de respiradores artificiais, até um certo limite, caso o Ministério da Saúde tenha interesse em adquirir equipamentos fabricados nos EUA”.

No mês passado, o secretário de Estado, Mike Pompeo, disse que a ajuda com equipamentos só ocorreria “quando a crise nos EUA melhorar”. O governo americano vem sendo acusado de interceptar itens como respiradores e anunciou que impediria sua exportação caso julgasse necessário seu uso no país.

Sobre os voos, o embaixador afirmou ainda que “não há, no momento, nenhuma nova decisão quanto a cancelamento de conexões aéreas com o Brasil nem de imposição de restrições a este respeito.”

A possibilidade de restrição de entrada foi levantada pela primeira vez em uma entrevista coletiva em março, quando foi questionado sobre a proibição e deixou a questão em aberto, dizendo que estava “acompanhando o posicionamento de muitos países que não tinham nenhum problema até pouco tempo” e que poderia determinar um “banimento” caso os números aumentassem.

No final de abril, o presidente americano disse, durante reunião com o governador da Flórida, que estava considerando a ideia de suspender os voos provenientes da América Latina, e citou especificamente o Brasil. Na ocasião, disse que estava trabalhando com as empresas aéreas para que adotassem um protocolo de segurança para os passageiros de locais com alta incidência da Covid-19, e mais uma vez mencionou o Brasil.

— Vamos fazer isso (protocolo de segurança) provavelmente. Estamos tentando fazer em voos internacionais saindo de áreas fortemente infectadas. O Brasil teve praticamente um surto, como você sabe. Mas nós vamos tomar a decisão muito em breve. Estamos analisando isso muito de perto — disse aos jornalistas.

Dias depois, a Casa Branca afirmou que descartava, “por ora” a proibição.

O governo americano já impôs restrições a viagens originadas na China e na maior parte da Europa, além de viagens pelas fronteiras terrestres com o México e o Canadá. Nesta terça-feira, Washington e Ottawa acertaram a extensão de todas as restrições ao longo das fronteiras por mais 30 dias.

O Globo