Vídeo indica vazamento para Bolsonaro na PF

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Foto: Evaristo Sá/AFP

A declaração de Jair Bolsonaro nesta sexta (22) à Jovem Pan para tentar justificar o que seria seu sistema particular de informações foi considerada um tiro no pé por advogados criminalistas e ministros de cortes superiores.

Ele afirmou que policiais são as fontes dos dados que recebe justamente no momento em que autoridades investigam a denúncia de Paulo Marinho de que a família do presidente soube antecipadamente de uma operação da Polícia Federal por um vazamento. A avaliação é a de que a fala do presidente aumenta a suspeita em cima do caso.

Em entrevista à Folha, o empresário acusou Flávio Bolsonaro de ter recebido informação de um delegado da PF sobre investigações de Fabrício Queiroz, ex-assessor da família, entre o primeiro e o segundo turno da eleição, em 2018. A Folha mostrou nesta semana que outro caso semelhante ocorreu em agosto do ano passado.

A fala de Bolsonaro na reunião ministerial trouxe à tona de novo a desconfiança sobre um sistema de informação paralelo no governo.

Para investigadores, o principal ponto que confirma que Bolsonaro fazia referência à PF do Rio é o fato de ele ter mencionado “amigos” no contexto, o que não é de responsabilidade da segurança oferecida pelo GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

O Painel perguntou se a pasta cuida de algum amigo do presidente, mas não houve resposta.

Em agosto de 2019, Bolsonaro se irritou com uma investigação no Rio em que apareceu um homônimo de Hélio Negão, que é seu aliado. O presidente e Sergio Moro sustentavam que havia uma fraude, mas o Ministério Público disse que não viu problema no inquérito.

Folha