Aliados de Moro dizem que ele entrará na política
Aliados do ex-ministro Sérgio Moro já veem seu caminho na política como certo. Mesmo com uma postura mais discreta, sem mostrar explicitamente suas intenções, Moro tem deixado claro, segundo esses interlocutores, que o percurso mais provável no médio prazo será mesmo o político-eleitoral. A intenção de seguir carreira como advogado ou palestrante enfrentará obstáculos e será observada pela opinião pública com lupa, afirmou um aliado. Até Rodrigo Maia disse: “Não sei se ele é candidato, mas tem agido como político”.
Estratégia. Desde que deixou a pasta, num rompimento traumático com o governo Bolsonaro, tem constantemente sido aconselhado a submergir. O que fez, de certa forma: no seu último mês no ministério, fez 106 publicações no Twitter; no mês seguinte após sair, o volume caiu para 31.
Aff. Para o entorno de Moro, o problema é o teor muito mais político dos tuítes e sempre reativo a provocações. Interlocutores disseram que, quando é provocado pelo ex-chefe, “ele não se aguenta”.
Caiu. Segundo levantamento da consultoria Bites, no dia da demissão, Moro conseguiu, em dois posts, 552 mil interações no Twitter – seu ápice. Ontem, no mais recente embate com Bolsonaro, chegou a 26 mil
Cálculo. “Enquanto não se colocar efetivamente como oposição, vai perder relevância. Nem mesmo os bolsonaristas falam mais dele”, disse o diretor da Bites, Manoel Fernandes.
Na cola. Juristas vão acionar a Comissão de Ética da Presidência contra Moro. A nova denúncia vai alegar, entre outras coisas, suposta divulgação de informações privilegiadas em entrevistas depois que deixou a pasta. Esta já é a segunda ação contra ele no colegiado.
Estadão