Aras ataca Lava Jato, que reage
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou ontem, em nota, que o desligamento de quatro procuradores do grupo de trabalho da Lava-Jato já estava previsto e não vai trazer prejuízo às investigações. Além de atuar nos casos envolvendo o esquema de corrupção na Petrobras, um deles trabalhava no inquérito que apura a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
O grupo pediu demissão após divergências com o procurador-geral da República, Augusto Aras, e insatisfações com uma suposta diligência indevida feita pela subprocuradora-geral Lindôra Araújo – braço-direito de Aras- junto ao Ministério Público Federal de Curitiba. A força-tarefa da Lava-Jato na PGR enviou ofício a Aras e à Corregedoria do MPF manifestando “estranhamento” com a conduta de Lindôra ao realizar “busca informal” de dados em arquivos referentes ao início da operação.
A PGR não menciona a suprocuradora na nota, mas diz a Lava-Jato “não é um órgão autônomo e distinto do MPF”, devendo “obedecer todas os princípios e normas internos” da instituição, sob pena de ilegalidade, aparelhamento e falta de fiscalização na condução dos trabalhos. Quanto à saída dos procuradores, diz que eles apenas anteciparam seus retornos às Procuradorias dos municípios de origem, e que o desligamento estava previsto para o dia 30.
Saíram do grupo de trabalho procuradores responsáveis pela condução de inquéritos, habeas corpus e delações premiadas envolvendo políticos com prerrogativa de foro junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).