Desempenho na pandemia arrasa imagem de Trump
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A intensa semana de protestos diários nos Estados Unidos em razão da morte de George Floyd, e a condução do país na pandemia do novo coronavírus afetaram o apoio ao presidente Donald Trump, mostra uma nova pesquisa da CNN, realizada pelo SSRS, divulgada nesta segunda-feira (8).
De acordo com o estudo, feito por telefone com 1.259 adultos, entre 2 e 5 de junho, com margem de erro é de 3,4 pontos percentuais, o índice de aprovação de Trump caiu 7 pontos neste mês. Ao mesmo tempo, o apoio ao democrata Joe Biden atingiu seu maior índice nas pesquisas da CNN.
Os números também mostram que uma maioria crescente de americanos acredita que o racismo é um grande problema no país, hoje, e que o sistema de Justiça dos Estados Unidos favorece os brancos em relação aos negros.
Mais de 80% também afirmaram que são justificados os protestos que se espalharam pelo país após a morte de George Floyd nas mãos dos policiais de Minneapolis. Agora, os norte-americanos consideram as questões raciais tão importantes para a campanha presidencial quanto a economia e o sistema de saúde, de acordo com a pesquisa.
Em média, 38% aprovam a maneira como Trump está conduzindo a presidência, enquanto 57% reprovam. Esse é o seu pior índice de aprovação desde janeiro de 2019 e é praticamente igual ao índice de aprovação de Jimmy Carter e George H.W. Bush no mesmo momento de seus mandatos – ambos deixaram a Casa Branca após perderem a disputa pela a reeleição.
Na disputa pela Casa Branca, entre os eleitores registrados, Trump está 14 pontos atrás de Biden, que garantiu, oficialmente, delegados suficientes para ganhar a indicação democrata na estimativa de delegados da CNN no sábado. Os 41% que afirmam apoiar o presidente são os mais baixos no levantamento da CNN nesta questão desde abril de 2019, e o apoio de 55% de Biden atingiu seu ápice até agora.
A pesquisa constatou que o público reprova, amplamente, o tratamento das questões raciais por Trump (63% desaprova) e 65% dizem que a resposta do presidente a protestos recentes foi mais prejudicial do que útil.
Uma grande maioria dos americanos diz que os protestos pacíficos que ocorrem em todo o país por causa da violência policial contra afro-americanos são justificados (84%). Cerca de um quarto (27%) diz que protestos violentos em resposta a policiais que prejudicam ou matam afro-americanos são justificados.
Ambos os números são mais altos do que eram quando protestos semelhantes aconteceram em 2016. Na ocasião, 67% viram protestos pacíficos como justificados, enquanto 14% apoiaram protestos violentos.
Não há muita diferença racial ou partidária em relação ao apoio aos protestos pacíficos, mas as diferenças são maiores em relação aos protestos violentos. Entre os democratas, 42% consideram os protestos violentos justificados em resposta à violência policial contra afro-americanos, enquanto apenas 9% dos republicanos concordam. Entre os negros, 39% dizem que os protestos violentos são justificados contra 23% entre os brancos.
Dois terços dos americanos consideram o racismo um grande problema nos Estados Unidos hoje, contra 49% que disseram o mesmo em uma pesquisa da CNN / Kaiser Family Foundation de 2015. O aumento dessa parcela foi mais acentuado entre os negros (88% consideram um grande problema agora, contra 66% em 2015), mas houve grandes aumentos entre os latinos (de 64% para 79%) e brancos (de 43% para 60%) também.
42% dos pesquisados afirmaram que a questão racial é extremamente importante na decisão de seu voto para presidente em novembro, o que coloca esse ponto no mesmo patamar que a economia ou o sistema de saúde, as principais questões da campanha.
Esse ponto tem ainda mais importância entre os eleitores democratas e os independentes que costumam apoiar o partido (60%) quando comparado com os republicanos ou independentes que votam a favor de republicanos (18%). A maioria dos eleitores negros também colocam a questão racial como extremamente importante (61%), muito acima dos 34% da pesquisa de 2015.
Os eleitores dão a Biden uma vantagem de dois a um sobre Trump em como lidar com as relações raciais: 63% dizem que sentem que Biden faria um trabalho melhor sobre o assunto, enquanto apenas 31% escolhem Trump.
Entre os eleitores negros, Biden é ainda mais apoiado: 91% dizem que ele lidaria melhor com a questão e apenas 4% acham que Trump faria um bom trabalho. Biden também supera Trump, em geral, no tratamento do novo coronavírus (55% a 41%) e na liderança do país em tempos de crise (também 55% a 41%). Trump supera Biden para lidar com a economia: 51% confiam no presidente, 46% em Biden.
O apoio a Trump é escasso fora de seu próprio partido. Entre os independentes, 52% dizem que apoiam Biden para a presidência enquanto 41% endossam Trump. Além disso, apenas 37% aprovam sua gestão na Casa Branca e 68% acham que sua resposta aos protestos foi prejudicial.
Os apoiadores de Trump, no entanto, continuam entusiasmados em ir às urnas (73% dizem que estão extremamente ou muito entusiasmados com a votação) e, principalmente, dizem que seu voto é uma demonstração de apoio ao Presidente (70% dizem que seu apoio a Trump é mais um voto para Trump do que contra Biden).
Os eleitores de Biden também aumentaram seu entusiasmo desde a última pesquisa da CNN sobre essa questão, em abril. Eram apenas 50% que estavam extremamente ou muito entusiasmados. Agora, 69% dizem o mesmo. No geral, 53% dos democratas agora se consideram “extremamente” entusiasmados sobre votar.