Empresários querem criar partido para Moro
Foto: REUTERS/Adriano Machado
Empresários da Região Sul do Brasil criaram um movimento político de defesa da Constituição e das instituições brasileiras, com a intenção de transformá-lo em partido para as eleições 2022 e para o qual o candidato dos sonhos é o ex-ministro Sergio Moro.
A iniciativa foi batizada Cidadão Democrático de Direito. “Ele [Moro] seria o nosso símbolo, de um estado de legalista, que faz a coisa certa”, afirma Fábio Aguayo, diretor da Abrabar (Associação Brasileira de Casas Noturnas) e idealizador do movimento.
“Mas o movimento não é para ele [Moro] ser candidato ou lança-lo a nada, e sim para ter um meio de agregar seus amigos, seguidores, fãs e simpatizantes”, diz ele. “Nós não somos porta-vozes dele [o ex-ministro]. Mas se um dia ele se quiser aventurar nisso [eleições], vai ter disponível alguma coisa com uma base genuína para ele, não contaminada por partidos”, segue Aguayo.
O empresário cita como exemplo antagônico ao seu a Aliança pelo Brasil, projeto de partido encampado pela família do presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. “[O Cidadão Democrático] é um movimento de apoio à Constituição”, diz.
“A ideia [do Cidadão Democrático de Direito] é fazer um contraponto [a outros movimentos políticos], mostrando de que dá para ser legalista sem ser extremista. Foi criado com o objetivo de ter pessoas que não concordam com [os grupos] atuais”, explica Aguayo. “O objetivo é lançar um movimento fora do eixo Rio-São Paulo, aqui do sul, principalmente em Curitiba, que possa levantar essa bandeira”.
“Como estão tendo esses movimentos de intervenção [militar], de abaixo o STF [Supremo Tribunal Federal], esses rompantes antidemocráticos, a gente quer fazer um movimento para apoiar as instituições. Elas podem ter os defeitos, mas sem elas a gente não vive.”
Aguayo afirma que o grupo está sendo orientado por especialistas em direito eleitoral, e que avaliam quando será iniciado o processo de coleta de assinaturas para viabilizar o movimento como partido político. “A gente tem que se preparar para tudo nessa vida”, afirma ele.