Governo quer tirar auxílio e mudar nome do Bolsa Família
Foto: Marcello Casal Jr
A pressão vinda de dentro do próprio governo e de aliados no Congresso pela prorrogação do auxílio emergencial pelo valor cheio de R$ 600 fez a equipe econômica acelerar o passo na elaboração do Renda Brasil, que sucederá o Bolsa Família. A avaliação é que o auxílio deu sustentação a Bolsonaro nas classes mais pobres. Como Paulo Guedes (Economia) diz ser difícil manter a medida por mais tempo, alegando custo alto ao país, discute-se a apresentação do projeto para agosto ou setembro.
Como mostrou a Folha, a Economia preparava o lançamento do novo programa social para o pós-pandemia. Agora, o enxerga como uma espécie de vacina aos pedidos pela prorrogação do auxílio emergencial por R$ 600.
Paulo Guedes e auxiliares ressaltam que o benefício tem um custo elevado. São R$ 50 bilhões por mês contra R$ 30 bilhões por ano gastos no Bolsa Família. Mas dizem desejar fazer uma transição suave de saída. O programa ajudou a levantar a popularidade nas classes mais pobres, principalmente no Nordeste.
Os apelos de Rodrigo Maia (DEM-RJ) pela manutenção do valor cheio, na visão de auxiliares de Guedes, se devem à aproximação do presidente da Câmara a setores de esquerda. A leitura é a de que líderes do centrão não têm ido na mesma linha. O presidente Bolsonaro afirmou que não há dinheiro para prorrogar por R$ 600.