Isto ERA Weintraub

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Foto: Dida Sampaio/Estadão

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunicou nesta quinta-feira, 18, sua saída do governo Bolsonaro. Desde que foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro, Weintraub acumulou polêmicas e falas controversas à frente do MEC. De posts nas redes sociais a declarações na famosa reunião ministerial de 22 de abril, o ministro teve a China, o STF e universidades e até os militares como alguns dos alvos de suas falas.

Entre tantas frases ditas na reunião de ministros realizada em 22 de abril, as do ministro da Educação foram algumas das que mais ganharam repercussão. Na ocasião, Weintraub disse: “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, disse ter ficado “perplexo” com o vídeo e declarou: “Fosse o presidente (da República), teria um gesto de temperança. Instaria o Ministro da Educação a pedir o boné. Quem sabe?”

Já no começo de abril, através do Twitter, Abraham Weintraub fez uma publicação irônica em relação à China. O ministro substitui a letra “r” pela letra “l” em alusão ao personagem Cebolinha da Turma da Mônica. Ele insinua que o país asiático sairia “fortalecido” da crise causada pelo novo coronavírus apoiado por seus “aliados no Brasil”. Uma imagem da Turma da Mônica na Muralha da China acompanhou a postagem.

“Geopoliticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, postou Weintraub.

O ministro do STF, Celso de Mello, determinou a abertura de inquérito contra Weintraub para apurar suposta prática de racismo. Em documento entregue à Polícia Federal, o ministro da Educação negou racismo. Segundo ele, “não se pode imputar um crime nessas circunstâncias, sob pena de se revogar um princípio e direito maior constitucional, que é a liberdade de expressão”.

O twitter foi um importante palco para as declarações polêmicas do ministro da Educação. Em maio deste ano, no dia em que a Polícia Federal cumpriu 29 mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito das fake news, Weintraub disse que o dia seria lembrado como a “Noite dos Cristais brasileira”.

 

Um dia depois, o ministro voltou a comparar a ação da PF com o regime nazista. As comparações encontraram repúdio. Em nota, a embaixada de Israel no Brasil pediu para que “a questão do Holocausto fique à margem da política e ideologias”​. Apesar da repercussão, Weintraub voltou ao Twitter e declarou: “Tenho direito de falar do Holocausto”​.

 

Em janeiro deste ano, o ministro Dias Toffoli, presidente do STF, determinou que Weintraub se manifestasse sobre críticas feitas à União Nacional do Estudantes (UNE). A UNE recorreu ao STF em dezembro. Entre as declarações citadas, está o tweet em que o ministro da Educação fala: “Desespero na UNE! Fim da mamata! Mas, tenham compaixão. Enviem sugestões para a UNE sair dessa (comuna adora grana/vida fácil)”.

 

Também em janeiro, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República puniu Abraham Weintraub com uma advertência. O processo questionava críticas feitas no Twitter contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. As declarações do ministro foram feitas após caso de sargento da Aeronáutica preso por transportar drogas na bagagem.

 

Outro presidente alvo do ministro da Educação foi o francês, Emmanuel Macron. Em um post no twitter, Weintraub chamou Macron de “calhorda oportunista”.

 

Um outro polêmico e famoso post no twitter do ministro da Educação aconteceu em maio de 2019. Ao som de “Cantando na Chuva” e segurando um guarda-chuvas, Weintraub declara: “está chovendo fake news”. No vídeo, ele afirma que uma fake news relaciona a paralisação da recuperação do Museu Nacional ao MEC.

 

Uma das frases mais célebres do ministro da Educação aconteceu logo no começo de sua gestão à frente do MEC. Em entrevista ao Estado, Weintraub disse que “universidades que, em vez de procurar melhorar o desempenho acadêmico, estiverem fazendo balbúrdia, terão verbas reduzidas”. Posteriormente, o MEC recuou da decisão e estendeu o contingenciamento planejado para todas as universidades federais. A palavra usada pelo ministro tomou as ruas em maio de 2019. Na época, foram realizadas manifestações contra o bloqueio de recursos na educação e a palavra “balbúrdia” estava presente em diversas faixas.

Também em 2019, em entrevista ao Jornal da Cidade Online, Abraham Weintraub afirmou que havia “plantações extensivas de maconha em algumas universidades”. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) pediu na Justiça provas da suposta existência das plantações. Já a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados convocou o ministro para esclarecer as declarações.

Para além de declarações polêmicas, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, também foi manchete por algumas gafes cometidas. Em maio de 2019, durante participação na Comissão de Educação do Senado, o ministro, ao se referir ao escritor Franz Kafka, o chamou de “kafta”, prato árabe. A fala aconteceu, quando Weintraub criticava um processo administrativo sofrido quando era professor na USP.

Já em agosto do mesmo ano, Weintraub escreveu duas vezes a palavra “paralisação” com “z”. O erro foi cometido em ofício enviado ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Em janeiro de 2020, o ministro da Educação voltou a deslizar no português. Em resposta a um tweet do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Weintraub escreveu “imprecionante” ao invés de “impressionante”.

Weintraub fez elogios à Monarquia e questionou as comemorações em homenagem à Proclamação da República, que completou 130 anos em 2019. Depis, ele também chamou o marechal Deodoro da Fonseca de ‘traidor’ o comparar o oficial ao petista Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela Lava Jato.

Estadão