Lava Jato nega “grampolândia”
Foto: Roberto Jayme | Ascom/TSE
A Força-Tarefa da Lava-Jato de Curitiba enviou na última sexta-feira (26) um documento ao procurador-geral da República, Augusto Aras, em que nega a existência de um esquema de gravações telefônicas na sede do Ministério Público Federal paranaense.
A suposta “grampolândia”, que teria sido revelada em uma auditoria do Ministério Público da União, foi apontada como umas das razões de uma visita informal à Curitiba feita por uma das auxiliares mais próximas de Aras, a subprocuradora-geral Lindora de Araújo.
O episódio ocorrido na semana passada e revelado por “O GLOBO”, culminou num pedido de demissão coletiva de investigadores que atuavam nos casos da Lava-Jato na PGR.
No documento, a procuradora-chefe do Paraná, Paula Cristina Conti Tha, afirma que o sistema de gravação telefônica foi adquirido pelo órgão em 2016 para “resguardar a segurança e proteção de membros e servidores alocados na Força-Tarefa da Lava-Jato”.
Segundo Paula Cristina, “o sistema não se presta a realizar o que se conhece por ‘grampo telefônico’, uma vez que se destina ao registro de ligações telefônicas realizadas exclusivamente por meio de ramais institucionais.”
A procuradora-chefe disse ainda que “por um equívoco operacional” as gravações iniciadas em 2016 permaneceram ativas até hoje. Segundo ela, os usuários desconheciam a necessidade de solicitar o encerramento da gravação de seus próprios ramais. Ela afirma que, mesmo assim, “os registros jamais foram acessados pelos servidores e pelo ex-procurador Regional da República”.
Paula Cristina ainda defendeu o sistema afirmando que é uma “solução largamente utilizada por empresas privadas e instituições públicas” e apontou que o Conselho Nacional do Ministério Público está realizando um pregão eletrônico para comprar equipamento gravador de chamadas telefônicas”.
O documento destinado a Aras também traz anexas declarações de auxiliares da Força-Tarefa de Curitiba e do ex-procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmando que já pediram gravações fitas pelo sistema depois de receberem ligações com “ameaças que sofreram”.