Maia prega auxílio de R$ 600 por mais 2 meses
Foto: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quinta-feira (4) que o governo mantenha o pagamento do auxílio emergencial no valor de R$ 600 por mais 60 dias.
Diante do prolongamento da crise causada pela pandemia do coronavírus, o governo já sinalizou que pretende estender o benefício. No entanto, segundo o Blog da Ana Flor, a preferência do presidente Jair Bolsonaro é que o auxílio seja prorrogado por mais dois meses, mas no valor de R$ 300.
“Se é um impacto grande, vamos tentar construir soluções dentro também do orçamento fiscal normal para ver se a gente tem espaço onde a gente consiga construir uma solução junto com o governo para que a gente possa fazer a manutenção do valor de R$ 600 por pelo menos mais 60 dias”, afirmou Rodrigo Maia.
Criado em abril, o benefício tem previsão original de ser pago em três parcelas de R$ 600 para trabalhadores informais e autônomos.
O presidente da Câmara cobrou do governo o envio de uma proposta ao Legislativo para que se faça o debate.
“A gente sabe das dificuldades, entende a preocupação do governo e gostaria de ter uma posição oficial do governo. Que o governo encaminhe a matéria ao parlamento para que a gente possa fazer um debate transparente”, afirmou.
Maia destacou que há um entendimento geral sobre a necessidade de se prorrogar o programa e ponderou que o ideal é construir uma saída “de forma coletiva”, envolvendo Executivo e Legislativo.
“Sabemos que a construção da manutenção do valor por algum período precisa estar baseada também em construir as condições de forma coletiva. A equipe econômica com o parlamento. Por isso, tenho defendido que o governo comece a fazer esse debate de forma oficial”, disse.
Ele acrescentou que a maioria dos parlamentares tem defendido “pelo menos mais duas ou três parcelas no mesmo valor de R$ 600”, mas reconheceu que é preciso considerar o impacto nos cofres públicos.
“Ninguém está negando o impacto e também ninguém está negando, nem o governo, a necessidade da prorrogação do benefício”, afirmou.
Na semana passada, o presidente da Câmara já tinha dito que achava “muito ruim” se o valor do auxílio fosse reduzido.
Maia defendeu que seja discutido, dentro da reforma Tributária, o refinanciamento de dívidas de contribuintes que não conseguiram pagar impostos durante a pandemia.
O presidente da Câmara quer retomar as discussões sobre a reforma no início de julho e incluir uma solução para os contribuintes que deixaram de contribuir no período.
“Nós deveríamos aproveitar a crise, ela gera algumas oportunidades, para fazer uma discussão mais ampla, a partir do mês de julho, primeiro de forma virtual e depois presencial, fazer uma grande discussão da questão da reforma tributária e, dentro dela, discutir um último refis”, afirmou.
Maia disse reconhecer que o refinanciamento é um “instrumento ruim”, pois acaba incentivando a inadimplência, mas afirmou ser necessário criar uma saída neste momento de pandemia.
“Acredito que de repente dentro do debate da reforma tributária a gente tenha condição de fazer, dar uma solução para todos aqueles que ficaram sem condição de pagar os seus impostos e ao mesmo tempo aprovar um novo sistema tributário”, declarou Maia.