Militares avisam Bolsonaro que vetarão nomes de Weintraub
Foto: Reprodução/Farol News
Antes de deixar o governo, Abraham Weintraub não revogou apenas a portaria de cotas na pós-graduação. O ex-ministro indicou, também, nomes para o Conselho Nacional de Educação (CNE) que são alinhados ao olavismo, a base da ala ideológica do governo do presidente Jair Bolsonaro. O grupo — que inclui os filhos de Bolsonaro — tem o escritor Olavo de Carvalho como principal influência.
Como a GloboNews mostrou nesta segunda-feira (22), havia um movimento de assessores palacianos para barrar as indicações de Weintraub no conselho, que é responsável, entre outras atribuições, por normatizar a área no país. Cabe ao conselho, por exemplo, formular a política nacional de educação e até homologar a base nacional comum curricular.
O mandato do CNE é de dois anos, e os conselheiros em primeiro mandato podem ser reconduzidos ao cargo. Em 2020, 12 integrantes poderão sair, pois seus mandatos vencem. Weintraub, antes de sair, fez indicações para as vagas e as encaminhou a Casa Civil: todos nomes alinhados aos pensamentos da ala ideológica, para dar continuidade à sua gestão.
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Ministros da chamada ala militar do Planalto, comandada por Braga Neto, da Casa Civil, porém, disseram ao presidente Bolsonaro que querem barrar os nomes.
Segundo o blog apurou, até aqui, não houve resistência do presidente, e a ala palaciana entendeu como aval para vetar os nomes.
Motivo: apesar de gostar do ex-ministro — e de ter demitido Weintraub a contragosto —, o presidente tem sido alertado por assessores a respeito do agravamento da situação política. Por isso, o governo precisa diminuir a temperatura dos atritos e isso inclui o veto a nomes indicados por Weintraub para o Conselho de Educação, além da escolha de um substituto para o MEC que não seja alinhado a ala ideológica.
Por isso, está cotado para o Ministério da Educação Renato Feder, secretário de Educação do Paraná, que deve se encontrar com o presidente Bolsonaro nesta terça-feira (23).