Moro critica novo “Ministério da Propaganda”

Todos os posts, Últimas notícias

Foto: Fabio Pozzebom / Agência Brasil

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, usou as redes sociais nesta quinta-feira para questionar a recriação do ministério da Comunicação, anunciada na quarta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro. O ex-aliado do governo diz que foi recriado o ministério da Propaganda e pergunta: “Qual será o próximo?”

Moro deixou o governo após afirmar que estava sofrendo pressão por parte do presidente para interferir na Polícia Federal. Segundo o ex-ministro, Bolsonaro tentou colocar uma pessoa de sua confiança no comanda da PF para interferir politicamente no órgão. Desde então, tem criticado e se posicionado contra medidas do governo.

Bolsonaro anunciou na noite desta quarta-feira a recriação do ministério. A pasta, que será desmembrada do Ministério de Ciência e Tecnologia, será ocupada pelo deputado Fabio Faria (PSD-RN). O parlamentar é genro do apresentador Silvio Santos, dono do SBT.

Em nota, o governo anunciou que extinguiu a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência, comandada pelo empresário Fabio Wajngarten e atualmente sob a estrutura da Secretaria de Governo, comandada pelo ministro Luiz Eduardo Ramos no Palácio do Planalto. As competências da Secom foram incorporadas ao novo ministério, e Wajngarten foi nomeado o secretário-executivo da nova pasta, o segundo posto mais importante.

Responsável por fazer a distribuições das verbas de publicidade do governo federal, a Secom tem estado no centro de contestações ao governo federal pela distribuição de propaganda pública a sites apontados pela CPI das Fake News como veiculadores de notícias falsas e conteúdo inadequado — essa veiculação é indireta, pelo modelo de mídia programática, em que as plataformas distribuem os anúncios contratados para as páginas, o contratante (no caso, a Secom) tem a prerrogativa de bloquear sites indesejados.

Segundo nota enviada pelo governo, a mudança se dará “sem nenhum aumento de despesa, utilizando apenas de cargos de estruturas já existentes”. Criado em 1967, o Ministério das Comunicações foi extinto em maio de 2016, logo que o presidente Michel Temer assumiu o governo, quando foi incorporado à pasta de Ciência e Tecnologia.

O Globo