Novo ministro de Bolsonaro votou em Lula e Dilma
Foto: Reprodução/AGÊNCIA CÂMARA
O deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assumir o recém-recriado Ministério das Comunicações votou em Lula e Dilma, ambos do PT, nas eleições presidenciais de 2002, 2006 e 2010.
Em posts passados no Twitter e no Facebook, Faria demonstrou apoio aos petistas em diversas ocasiões.
“Mantenho a minha coerência de 2002 e 2006, quando votei em Lula para presidente. Portanto, agora em 2010 voto em Dilma”, escreveu Fábio Faria no Twitter em agosto de 2010.
Em outras publicações, de 2011 e 2012, Faria parabenizou a ex-presidente Dilma e festejou o então alto índice de popularidade.
“Digo e reafirmo! O PSD está integradíssimo à base de apoio da presidente Dilma!” e “Excelente resultado! Popularidade da nossa presidente Dilma chega a 77%. Tá dando inveja a muito”, foram postagens feiras pelo novo minstro.
Em 2013, quando a escola de samba paulista Gaviões da Fiel homenageou o ex-presidente Lula no carnaval, Faria também comemorou: “De operário a presidente da República. Força, Lula!”
Nas redes sociais de Fábio Faria também há manifestações de apoio a candidatos locais do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte, seu estado natal.
Velha política
O trânsito entre círculos petistas e bolsonaristas é uma das características do bloco parlamentar conhecido como ‘Centrão’, do qual Fábio Faria e seu partido PSD fazem parte.
A ressurreição do Ministério das Comunicações com a indicação de um político do Centrão faz parte da “nova” estratégia de Bolsonaro de buscar apoio político em troca de cargos, para fortalecer sua base, prevendo um eventual processo de impeachment.
Práticas como essa foram classificadas por Bolsonaro como ‘toma lá, dá cá’ e ‘velha política’ e eram duramente criticadas por ele durante a campanha presidencial de 2018.
Além do bom trânsito político, Fábio Faria tem também influência em um grande veículo de comunicação. Ele é genro do comunicador e empresário Síivio Santos, dono do SBT, fato que foi considerado por Bolsonaro na escolha.
“Vamos ter alguém que, ele não é profissional do setor, mas tem conhecimento até pela vida que ele tem junto à família do Silvio Santos. A intenção é essa, é utilizar e botar o ministério pra funcionar nessa área que estamos devendo há muito tempo uma melhor informação”, disse o presidente em entrevista coletiva nessa quinta-feira, em Brasília.
A medida provisória que dividiu o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, comandado pelo ministro-astronauta Marcos Pontes, foi publicada no final da noite de quarta-feira, 10. Pontes segue à frente da Ciência e Tecnologia, mas sua saída é dada como certa com o esvaziamento da pasta.