Oposição comemora demissão de Weintraub

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Foto: SERGIO LIMA / AFP

Insatisfeitos com declarações, apoio a protestos antidemocráticos e ações de Abraham Weintraub à frente do Ministério da Educação, parlamentares de diferentes partidos comemoraram sua saída da pasta. É a 12ª troca no ministério de Bolsonaro, que avalia deixar o secretário-executivo como interino do MEC até encontrar novo nome.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que espera um novo ministro “de fato comprometido com a educação”. E reagiu com ironia quando jornalistas informaram que Weintraub iria agora para o Banco Mundial.

— É porque não sabem que ele trabalhou no Banco Votorantim, que quebrou em 2009, e era um dos economistas do banco.

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), disse em nota que a situação de Weintraub era “insustentável” após a divulgação do vídeo da reunião ministerial na qual chamou os ministros do Supremo Tribunal Federal de “vagabundos” e a participação em atos antidemocráticos. “O ex-ministro já vinha em um processo de desgaste crescente, particularmente por seus posicionamentos nas redes sociais muitas vezes incompatíveis com a importância do cargo que ocupava”, avaliou.

Líder do Cidadania no Senado, Eliziane Gama (MA) disse que “Abraham Weintraub era o ministro que jamais poderia ter sido ministro”. “Não tinha compostura nem capacidade técnica para ocupar tão importante pasta. Seu único legado é um recado ao governo: a sociedade está farta do radicalismo e de atentados à democracia. O Brasil merece respeito”, escreveu em uma rede social.

Senador e ex-presidente da República, Fernando Collor (Pros-AL) escreveu que o “Brasil merece um ministro da Educação que tenha a experiência e o conhecimento necessários para conduzir políticas públicas à altura dos desafios que o País enfrenta na área, isentas de ideologias nefastas”.

Já o líder da minoria na Casa, Randolfe Rodrigues (AP), escreveu que Weintraub tem de ser responsabilizado por eventuais crimes.

Coordenador da Comissão Externa de Acompanhamento do MEC na Câmara, João Campos (PSB-PE) comemorou a demissão, mas ponderou que é importante estar atento ao seu sucessor. Já a deputada Tábata Amaral (PDT-SP) afirmou que a saída do ministro era uma “morte anunciada”:

— Os trabalhos da comissão externa da Câmara mostraram que 2019 foi um ano perdido na área e agora mostram a incapacidade do MEC de apontar um caminho durante a pandemia. Não consigo ter expectativas muito grandes com um governo que nunca gostou de educação, mas espero que venha alguém minimamente sério.

A deputada Professora Dorinha Seabra (DEM-TO), relatora do Fundeb na Câmara, disse que a saída de Weintraub do MEC é um alívio. O Fundeb é o principal fundo de financiamento da educação básica do país e só tem validade até este ano.

— Se o Fundeb tivesse contado com o envolvimento do MEC para construção de um texto, provavelmente já teríamos encontrado um cenário mais viável para votá-lo — disse a deputada.

O Globo