PF diz a Bolsonaro que não tem como ajudar
Foto: Agência Brasil
Uma das principais críticas de integrantes do governo ao inquérito das fake news, que atingiu bolsonaristas no mês passado, é que a Polícia Federal nunca teve acesso à integra dos autos que estão no Supremo, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Na preparação para o julgamento desta quarta (10), a Advocacia-Geral da União pediu informações à PF, que respondeu que não conduz a investigação. Auxiliares de Jair Bolsonaro querem que a Polícia Federal fique à frente da apuração.
De acordo com relatos, a PF apenas cumpre os mandados autorizados por Moraes, faz relatórios, mas não fez até o momento nenhum pedido de diligência. Em alguns casos, como na busca e apreensão em endereços do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, a polícia recebeu um envelope fechado, sem saber do que se tratava.
Para o governo, isso mostra que o ministro do STF está na investigação, já que também não foi a PGR quem fez as solicitações de busca e apreensão. Augusto Aras, inclusive, foi contra. Os pedidos saíram do gabinete de Moraes, de um magistrado instrutor, como aparece na decisão.
A AGU perguntou ainda no ofício qual é a participação da Polícia Civil de São Paulo no inquérito. A Polícia Federal disse não saber. Segundo relatos, uma delegacia paulista foi chamada para ajudar na apuração.
Procurado, o Supremo afirma que a investigação é sigilosa e, por isso, não pode comentar.
A expectativa é que o julgamento fique restrito à questão da legalidade da portaria de abertura da apuração e não entre em questões da investigação. No início do mês, o Painel mostrou que a maioria dos ministros do STF defende o inquérito.