Programa mundo-cão da Record desrespeita morto

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Foto: Reprodução

Na terça-feira (9) à noite, o “Cidade alerta” foi parar nos trending topics do Twitter. Até a manhã desta quarta (10), continuava lá. Era a forte reação dos internautas a um dos maiores absurdos já exibidos na atração da Record. O jornal estava ao vivo. A tela se dividiu. De um lado, no estúdio, estava Luiz Bacci, o apresentador, um especialista em “afligir o aflito”. Do outro, a repórter Luiza Zanchetta. Ela entrou da rua, entrevistando Amanda, a filha de um homem que tinha sido assassinado. E, no pé, o letreiro “informava”: “Urgente: agiota é encontrado morto. Há relatos de briga com a amante”.

De máscara, mas visivelmente abalada, a moça reagia às perguntas: “Eu perdi meu pai hoje e eu não tô vendo um pingo de respeito aqui, com você falando que ele era agiota. Como assim? De onde tiraram isso?”, perguntou, aos prantos. A repórter rebateu: “Vamos focar no mais importante, que é descobrir quem matou o seu pai”. Bacci completou, em apoio: “O ‘Cidade alerta’ tem total interesse em ser transparente”. E Luiza “explicou” de onde tirou a afirmação de que o morto era agiota: “A polícia não confirma essa informação, mas eu conversei com vizinhos que conheciam o Josenildo”. Foi nesse momento que o vexame se agravou. Amanda, emocionada, rebateu: “Nem o nome dele você sabe. É Josivaldo! Eu não sei nem o nome dos vizinhos. Eu moro em casa de aluguel!”. Bacci pode ser tudo, menos bobo, e intercedeu: “Amanda, eu entendo a sua dor. Nós chegamos agora aí. É claro que é o de menos se ele era ou não agiota”. Tarde demais, claro. Foi uma barbaridade até para os padrões de sensacionalismo do programa.

O Globo