STJ mantém no cargo racista da Palmares
Foto: Gabriela Biló/Estadão
A ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou um pedido do partido Rede Sustentabilidade para suspender do cargo o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo. Para o partido, é inadmissível a permanência no comando da instituição de uma pessoa que negue a existência do racismo.
Conforme revelou o Estadão, Camargo classificou o movimento negro como ‘escória maldita’, que abriga ‘vagabundos’, e chamou Zumbi de ‘filho da puta que escravizava pretos’. A portas fechadas, Camargo também manifestou desprezo pela agenda da ‘Consciência Negra’ e prometeu botar na rua diretores da autarquia que não tiverem como ‘meta’ a demissão de um “esquerdista”.
As afirmações do presidente da Fundação Palmares foram feitas durante reunião com dois servidores, no dia 30 de abril. O Estadão teve acesso ao áudio da conversa e apurou que o encontro ocorreu, na tarde daquele dia, para tratar do desaparecimento do celular corporativo de Camargo. Ao ser cobrado pelo ressarcimento do telefone, ele ficou irritado e alegou que o aparelho sumiu no período em que estava afastado do cargo, por decisão judicial.
A gravação veio à tona na esteira dos protestos antirrascistas nos EUA após a morte do segurança George Floyd, asfixiado por um policial branco.
Discípulo do escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo, Camargo se apresenta no Twitter como um “negro de direita, antivitimista, inimigo do politicamente correto, livre”. Jornalista de formação, ele coleciona polêmicas. Em um post recente, após o assassinato de Floyd – vítima da brutalidade policial norte-americana –, Camargo afirmou, por exemplo, que “nosso inútil movimento negro tenta importar para o Brasil os atos anarquistas e criminosos do Black Lives Matter, a Antifa negra dos EUA”.