Wassef já tem versão sobre esconder Queiroz

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Foto: Reprodução

O advogado Frederick Wassef investigava o “entorno“ do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), como a família de Fabrício Queiroz; o próprio Queiroz; e o miliciano Adriano Nóbrega, morto em confronto com a polícia na Bahia no começo deste ano.

A informação foi dada ao blog pelo próprio advogado em entrevista no último sábado (20), antes de ser afastado da defesa de Flávio.

Para advogados ouvidos pelo blog, a declaração de Wassef é uma sinalização da linha que pode adotar em sua estratégia jurídica, para se defender do fato de que Queiroz, pivô do escândalo das rachadinhas no gabinete de Flávio, ter sido preso em uma casa da propriedade de Wassef, em Atibaia, interior de São Paulo.

Ao blog, ao responder sobre a defesa de Flávio, Wassef afirmou que “sempre vai ao entorno do Flavio” para defender os interesses do seu então cliente — e, como advogado, isso incluía “investigar” personagens “linkados” à família Bolsonaro. Para o advogado, é uma “farsa” dizer que Adriano Nóbrega era miliciano. E acredita existir uma “teia” para “amarrar” Adriano em Queiroz e “depois os dois no Flavio”. “Então você percebe que essas circunstâncias me obrigam a sair do alvo apenas Flávio Bolsonaro e entender, estudar, tudo no entorno”.

Queiroz e Adriano eram amigos antigos e se conheceram na Polícia Militar do Rio. Quando assumiu o cargo na Assembleia Legislativa, Queiroz não esqueceu Adriano da Nóbrega e indicou para o gabinete de Flávio duas parentes do miliciano: a mãe e a ex-mulher.

O Ministério Público detalhou contatos entre Queiroz e Adriano, que estava foragido antes de ser morto. Inclusive, promotores encontraram mensagens sobre um encontro secreto em dezembro de 2019 entre a mulher de Queiroz e a mãe e ex-mulher de Adriano, que levava um “recado” de Adriano. Com a resposta de Adriano, a mãe dele voltou a procurar a mulher de Queiroz — a investigação não deixa claro o que foi ajustado entre eles. Dois meses depois do encontro, Adriano foi morto.

O blog também perguntou se Wassef, em algum momento, coagiu, ou ameaçou, ou pagou contas do Queiroz. O advogado rechaçou a possibilidade. “Fake news e crime de calúnia tudo isso que a senhora me perguntou aí. Qualquer um que afirmar qualquer coisa dessas estará cometendo crime de calúnia”.

Sobre o cartaz do AI-5 que foi encontrado em sua casa, em Atibaia, o advogado disse: “Não tenho ideia, nunca vi aquilo na minha vida. Não tenho ideia, aquilo não é meu, não me pertence”.

MAS O CLIENTE DO SENHOR É O SENADOR FLÁVIO NÉ? SÓ PRA DEIXAR CLARO…

Sim. O meu cliente é (era) o Flávio. Você vai perceber, em várias entrevistas minhas ao longo desse ano que passou, eu falei de várias pessoas no entorno do Flávio, inclusive o famoso capitão Adriano da PM. E por que que eu sempre vou ao entorno de Flávio? Porque em uma investigação, ou em uma versão quando se conta, tudo está linkado. Olha, para eu defender os interesses do meu cliente, eu estou vendo que eles estão afirmando coisas que não existem ou estão linkando, linkando, amarrando outras coisas, com outros personagens, que o objetivo final disso é uma fraude pra incriminar o meu cliente eu vou sim investigar, todo esse advogado tem esse poder, tá no estatuto da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil].

Vou atuar, investigar, querer saber tudo dos demais investigados e eu posso fazer tudo o que é permitido no estatuto da OAB no tocante às pessoas, fatos e circunstâncias. Isso é o pleno exercício da advocacia. O que está acontecendo agora é o seguinte: eu, advogado, por estar defendendo o Flávio, o presidente e por ter acontecido o que aconteceu eu virei alvo e hoje há uma campanha pra me desqualificar na mídia, na imprensa. Mas não vai acontecer porque eu vou dar várias entrevistas e vou explicar e vou mostrar a verdade.

DOUTOR, ACHO QUE O SENHOR DEU UMA INFORMAÇÃO IMPORTANTE AQUI. SÓ PRA EU ENTENDER. O ADRIANO DA NÓBREGA, QUE MORREU, O SENHOR ACHA QUE ELE PODE ESTAR ENVOLVIDO NESSA IDA DO QUEIROZ PARA CASA DO SENHOR. É ISSO?

Não, eu não falei isso, Andréia. Eu não falei isso em momento algum.

EU TO PERGUNTANDO. O SENHOR CITOU O ADRIANO E EU FIQUEI COM ESSA DÚVIDA. É UMA DÚVIDA.

Eu citei o Adriano e vou citar o Adriano de novo. Por que que eu citei o Adriano, Andréia? Porque a imprensa, o órgão acusador do Rio de Janeiro, todos, o tempo todo, querem fazer o casamento do Adriano com o Queiroz e com os Bolsonaros. Então eu no interesse de restabelecer a verdade real e defender o meu cliente. Eu tenho que, sim, falar do Queiroz, sim falar da família do Queiroz, sim falar do Adriano, e mais do que isso, quero corrigir uma frase que a senhora disse: o Adriano não morreu na Bahia.

FOI MORTO, CLARO.

Ele foi sequestrado, torturado e assassinado. E eu tenho várias informações pra dar do assassinato que ocorreu com o Adriano lá. Então, como estão criando uma farsa. A primeira farsa é do Adriano, para dizer que ele era miliciano e uma série de coisas aqui. Para que? Pra amarra-lo no Queiroz e depois amarrar os dois no Flávio. E depois amarrar numa série de teias, de fake news, ilações irresponsáveis. Então você percebe que essas circunstâncias me obrigam a sair do alvo apenas Flávio Bolsonaro e entender, estudar, tudo no entorno. Tudo isso é o pleno, regular, exercício da democracia.

G1