2 milhões de pessoas voltaram ao trabalho em uma semana
Foto: Hermes de Paula / O Globo
Na primeira semana de julho, o número de pessoas afastadas do trabalho por causa da pandemia caiu em 2 milhões, na comparação com a semana anterior. Os dados são da Pnad Covid semanal, divulgada na manhã desta sexta-feira.
Parte desse grupo voltou a trabalhar, com a flexibilização das medidas de isolamento. Outra parcela foi demitida e não procurou trabalho. Segundo o IBGE, não é possível identificar quantos dos 2 milhões perderam o emprego e quantos voltaram ao trabalho.
— Boa parcela de quem estava afastada está retornando ao trabalho, mas tem uma pequena parcela, em torno de um terço, que pode estar sendo desligada do trabalho que tinha — ressalta Maria Lucia Vieira, coordenadora da pesquisa.
Ainda segundo o IBGE, 10,1% da população ocupada ainda estavam afastados do trabalho devido ao distanciamento social entre 28 de junho e 4 de julho. Na semana anterior, esse percentual era de 12,5% e, na primeira semana de maio, período a que se refere a primeira edição da pesquisa, o percentual era de quase 20%.
Esse contingente de pessoas ocupadas que estavam afastadas do trabalho vem caindo semanalmente, segundo dados do IBGE. Em maio, por exemplo, cerca de 16,5 milhões de brasileiros estavam nessa situação, impossibilitados de trabalhar.
Indicadores como a taxa de isolamento estão caindo a cada dia, enquanto dados de mobilidade urbana apresentam elevação.
Segundo o IBGE, a taxa de desocupação ficou em 12,3%, estável na comparação com a última semana de junho, quando havia registrado alta após três semanas. Já o número de pessoas desocupadas teve ligeira redução, de 12,4 milhões para 11,5 milhões.
Maria Lucia explica que a queda no número de pessoas desocupadas está mais associada à saída dessas pessoas da força de trabalho do que pela entrada na população ocupada. Ou seja, trabalhadores que não procuraram emprego na semana de referência da pesquisa.
– São pessoas que, naquela semana, não procuraram trabalho por algum motivo – explica a pesquisadora.
Na metodologia do IBGE, é considerado desempregado apenas quem efetivamente procura emprego e não acha. Quem desiste ou suspende a busca no período coberto pela pesquisa, não entra na estatística.
Economistas afirmam que a alta do desemprego deve ser uma tendência nas próximas semanas. À medida que o distanciamento social é flexibilizado, mais pessoas tendem a procurar emprego, mas não encontrarão pelo baixo dinamismo da economia. Com isso, o mercado de trabalho fica mais pressionado.
Segundo o IBGE, ainda há 19,4 milhões de pessoas fora da força de trabalho que gostariam de estar no mercado, mas não procuraram emprego por causa da pandemia ou por falta de trabalho onde vivem.
Se incluídos entre os desocupados, pelo método desenvolvido por pesquisadores do Centro de Estudos da Metrópole (CEM), da USP, a taxa de “desemprego oculto pelo distanciamento social” seria de 24,4%