64% reprovam atuação de Bolsonaro como presidente
Foto: Eraldo Peres/AP
Pesquisa da Consultoria Atlas Político divulgada nesta quarta-feira mostra que 64% dos brasileiros desaprovam o desempenho de Jair Bolsonaro como presidente da República. Outros 33% aprovam. A aprovação do presidente é mais alta nas regiões Norte (38%) e Sul (37%), entre homens (43%), evangélicos (48%) e maiores de 60 anos (36%).
O levantamento, feito de forma on-line e estratificada de acordo com a população brasileira, foi conduzido entre 27 e 30 de maio com 2 mil pessoas. A margem de erro é de 2 pontos para mais ou para menos.
Entre aqueles que votaram em Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018, 68% aprovam o governo e 31% desaprovam. Essa parcela de desaprovação indica que quase um terço de quem votou em Bolsonaro se arrependeu.
Ao se observar a linha temporal de aprovação de Bolsonaro, vê-se que não há, ao menos por enquanto, impacto negativo da prisão de Fabrício Queiroz, em 18 de junho. A pesquisa foi conduzida após a prisão, a partir do dia 27. Em abril, Bolsonaro era desaprovado por 58%, passou para 65% em maio e agora está em 64%. A aprovação oscilou de 38% em abril para 33% em maio, e se manteve em 33% em junho.
Faz-tudo da família Bolsonaro, Queiroz é investigado pela Justiça por suspeita de operar um esquema de corrupção no gabinete de Flávio Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, e de ser um elo entre a família presidencial e a milícia fluminense.
Quando os entrevistados foram questionados sobre a avaliação que fazem do governo Bolsonaro, o quadro desfavorável ao presidente se repete, com 56% das pessoas dizendo que é ruim ou péssimo. Para 18%, a gestão é regular. E para 25%, ótima ou boa.
A maior prevalência de ótimo e bom é no Norte (36%). E a maior prevalência de ruim ou péssimo é no Nordeste (61%). Entre evangélicos, 41% consideram o governo Bolsonaro ótimo ou bom; 20%, regular; e 39%, ruim ou péssimo – demonstração de que esse público segue como um dos importantes pontos de apoio do presidente.
Entre os que dizem ter votado em Bolsonaro no segundo turno, 53% consideram o governo dele ótimo ou bom, 27% regular e 20% ruim ou péssimo.
Quando se observa a curva temporal, há dois movimentos coordenados em fevereiro, início da pandemia no país, de queda no número de pessoas que consideram o governo regular (de 31% em fevereiro para 19% em maio) e aumento das que consideram ruim ou péssimo (de 38% em fevereiro para 58% em maio).
Nesse mesmo período, o percentual de bom e ótimo cai de 29% em fevereiro para 23% em maio – e agora está em 25%.
É nesse contexto que 55% das pessoas se disseram favoráveis ao impeachment do presidente. Outras 37% são contrárias. De março para abril, saltou a parcela da população que apoiava a deposição do presidente, de 48% para 54%, chegando ao pico de 58% em maio. Agora, está em 55%.