Abertura porra-louca no Rio vai virar fechamento
Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo
Os ensaios para a flexibilização do isolamento adotado para conter a disseminação do coronavírus já são realizados no estado do Rio de Janeiro, mas cada cidade tem suas regras. Em alguns municípios da Baixada Fluminense, o ir e vir parece igual a qualquer momento pré-Covid-19. A Fiocruz distribuiu anteontem um estudo que mostra as fragilidades da decisão de volta às aulas, ao trabalho e à livre circulação em um estado que tomou de forma claudicante os cuidados necessários no clímax da pandemia.
As curvas de casos de Covid-19 na capital estão em queda, tanto nos leitos públicos quanto privados. Mas o exemplos de países mais desenvolvidos, como a Austrália, e de estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina mostram que a volta à normalidade tem seu preço. Nesses lugares, o número de casos recrudesceu.
A reabertura na capital fluminense parece inevitável. As escolas já se organizam com datas para este mês de julho e estão consultando os pais. O comércio começa a voltar à normalidade. Os hospitais se preparam para receber pacientes com o perfil anterior à chegada da Covid-19.
O protocolo para a volta demanda cálculos sobre distanciamento entre pessoas, uso de máscaras e revezamento de profissionais em locais de trabalho. Sejam restaurantes, escritórios ou supermercados.
Se, no auge da contaminação, a Covid-19 foi tratada como ameaça política por gestores, e muitas vezes minimizada, essa volta — conviveremos com o vírus até depois da descoberta de uma vacina — ainda demanda normas.
Cuidados epidemiológicos para a saída do isolamento, que muitos ainda vivem, seriam essenciais para alguma prevenção contra o fantasma de uma nova subida da curva. Não há garantias, mas regras ajudam a minimizar os riscos.