Centrão quer fritar ministros ideológicos

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Foto: Divulgação/Secretaria da Educação e do Esporte do Paraná

O presidente Jair Bolsonaro não pode ficar “refém” de sua ala ideológica, porque ela causa muito “desgaste” e não garante a aprovação das medidas essenciais para o sucesso do governo dentro do Congresso Nacional. A avaliação é de líderes aliados de Bolsonaro no Legislativo depois que o presidente decidiu recuar no convite ao secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para assumir o Ministério da Educação.

Desde que foi divulgada a informação de que o presidente havia feito o convite a Feder, na última quinta-feira (2), integrantes da ala ideológica passaram a fazer uma campanha contra o nome do secretário do Paraná, governado por Ratinho Jr. (PSD).

Os ataques tiveram efeito, e o presidente decidiu recuar, levando Feder a divulgar no domingo (5) mensagem em redes sociais dizendo que recusou o convite. E, para constrangimento do presidente, revelando publicamente que o convite foi, sim, feito na quinta-feira.

Por isso, líderes partidários aliados do presidente avaliam que Bolsonaro precisa não só deixar de nomear representantes da ala ideológica, como também evitar que ela tenha o poder de veto sobre indicações.

Segundo líderes, a ala ideológica é cada vez mais minoritária no grupo de apoiadores de Bolsonaro e, além disso, não tem votos dentro do Congresso Nacional. E a experiência do primeiro ano de governo mostrou que, sem bom relacionamento com o Legislativo, o Palácio do Planalto não consegue aprovar boa parte de suas propostas.

Além do veto da ala ideológica, pesou também no recuo ao convite a Feder reclamações de alguns novos aliados com a possível nomeação de mais um ministro ligado ao PSD. O partido já tem um representante no governo, o ministro Fabio Faria (Comunicações).

Tal como Faria, Feder não seria uma escolha direta do partido, mas hoje é ligado à legenda. Por isso, integrantes de outros partidos aliados do presidente, como Progressista, Republicanos e PL, fizeram chegar a Bolsonaro que o melhor caminho seria escolher um nome técnico ligado a outros partidos da base de apoio do governo.

G1