Comandante do Exército exalta cloroquina
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O comandante do Exército Brasileiro, general Edson Pujol, afirmou em vídeo tornado público ontem que os militares salvaram vidas ao longo dos últimos meses de combate à pandemia no país. A força foi acusada há duas semanas pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de participar de um “genocídio” ao se associar ao governo Jair Bolsonaro – o ministro da Saúde é o general da ativa Eduardo Pazuello.
“Minha mensagem é de otimismo pela certeza de que estamos ajudando a salvar inúmeras vidas de brasileiros”, afirmou Pujol em vídeo de oito minutos, direcionado a integrantes do Exército a quem chama de “família verde-oliva”. O material é uma prestação de contas em que o comandante enumera as ações feitas pelos militares da força terrestre para combate à covid-19 e ao desmatamento na Amazônia.
“O Exército tem que seguir adiante. Com fé na nossa missão, redobramos a nossa coragem e o compromisso de trabalharmos juntos para salvar vidas”, diz o general. O vídeo traz gravações de equipes do Exército produzindo escudos faciais, máscaras, álcool gel e hidroxicloroquina. O remédio, defendido pelo presidente Bolsonaro como elixir contra a covid-19, é destaque na fala de Pujol. “O laboratório químico e farmacêutico do Exército aumentou significativamente a produção de cloroquina e de álcool gel, e distribuímos para as nossas organizações militares de saúde, colocando-os à disposição dos médicos e pacientes.” Não há comprovação científica sobre a eficácia da cloroquina no tratamento do covid e cientistas apontam riscos cardíacos a quem usa a medicação.
Como sinal de ação do Exército, o vídeo traz imagens de soldados desinfetando áreas públicas, como aeroportos e rodoviárias, distribuindo cestas básicas e doando sangue. “Diariamente são empregados cerca de 34 mil militares das Forças Armadas, dos quais 28 mil do Exército Brasileiro. Nesse período já realizamos mais de 45 mil ações e 22 mil militares doaram sangue.”
O comandante do Exército falou ainda sobre a participação da Força no combate ao desmatamento da Amazônia e comparou dados de incêndios florestais na região tropical com incidentes semelhantes na Europa. “Como resultado do esforço do governo federal e das Forças Armadas houve uma redução de cerca de 23% dos incêndios na Amazônia nos primeiros meses do ano, em comparação com o ano de 2019. Na Europa houve um aumento de mais de 60%.”
O Brasil é alvo de críticas internacionais por não frear o desmatamento na Amazônia, que se intensificou no governo Bolsonaro. Investidores estrangeiros cobraram do país uma mudança de atitude em relação ao meio ambiente, sob pena de retirarem o Brasil da rota de investimentos. “É o braço forte, mão amiga, na defesa do meio ambiente”, louvou Pujol.