Doria critica tiro nas costas dado por PM

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Foto: Reprodução

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou, na tarde desta quarta-feira, que “nada justifica um tiro pelas costas”, e apoiou a medida tomada contra o policial envolvido em mais um caso de suposto excesso policial ocorrido no estado. Depois de atirar nas costas de um motociclista de 23 anos em frente a um Batalhão da PM, o policial militar foi preso em flagrante. O caso ocorreu na madrugada deste sábado.

A vítima, que segundo a Secretaria de Segurança Pública foi reconhecido pelo dono de uma moto roubada horas antes, morreu logo depois de dar entrada em um hospital na zona leste da capital.

— Esse policial foi preso. O vídeo é suficiente para colocar aquele policial na posição de assassinato. Não havia nenhuma necessidade de ele agir daquela maneira. Nada justifica um tiro pelas costas — disse o governador.

A ação do policial foi gravada por câmeras de segurança de uma padaria próxima de onde foram feitos os disparos. Primeiro, o rapaz aparece dirigindo a moto em alta velocidade. O vídeo mostra, segundos depois, o rapaz voltando pela mesma rua no sentido contrário. É quando aparece um policial fardado apontando a arma em direção ao motociclista, que para a moto e, enquanto está descendo, ainda de costas, leva um tiro do policial. O rapaz cai e leva outro tiro.

Ainda segundo as imagens, diversas viaturas da Polícia Militar chegam ao local minutos depois. O policial que efetuou os disparos foi preso em flagrante pelos próprios colegas do batalhão, segundo a corporação.

O cabo que efetuou os disparos atua há 24 anos como PM e afirmou que atirou por engano, após ouvir um estampido e mirar nas pernas do jovem, segundo informações da Ponte, portal de direitos humanos e segurança pública. Em depoimento à Polícia Civil, ele teria dito primeiro que atirou em legítima defesa após o motociciclista tentar atropelá-lo, mas mudou a versão após as imagens serem reveladas.

O policial realizava serviços administrativos no 29º Batalhão, em frente a calçada onde a morte aconteceu, e estava prestes a se aposentar, “motivo pelo qual jamais cometeria irregularidade”, disse no depoimento, segundo a Ponte.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que “medidas para reduzir a incidência desses casos são permanentemente avaliadas e implementadas” e que “o policial envolvido na ocorrência foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Romão Gomes, onde permanece preso. A Polícia Militar instaurou IPM e trabalha no esclarecimento dos fatos”.

O Globo