Doria e FHC não defendem Alckmin

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Foto: Reprodução/ Folha

Denunciado por corrupção há uma semana, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), recebeu ontem o apoio público de políticos de seis partidos que atestaram em documento o compromisso do tucano com “elevados valores éticos”. A moção traz 62 assinaturas, entre as quais se nota a ausência de lideranças do próprio PSDB, como João Doria, governador de São Paulo e apadrinhado na política por Alckmin, e o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

A carta de solidariedade a Alckmin foi articulada por um grupo de pessoas que trabalharam com o ex-governador como secretários. Alckmin comandou o Estado de São Paulo por um total de doze anos. Entre os signatários do documento estão o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), o vice-governador paulista, Rodrigo Garcia (DEM) e o ex-governador do Estado Márcio França (PSB). França disputou as eleições estaduais de 2018 com Doria e foi derrotado no segundo turno.

Endossam a moção o presidente nacional do Partido Verde, José Luiz Penna (SP), o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania) e o escritor Gabriel Chalita (PDT).

Os signatários da carta dizem ter testemunhado, por parte de Alckmin, “a diuturna preocupação com os mais elevados valores éticos, sérios compromissos republicanos e democráticos”. “Com a certeza de que no tempo certo a Justiça se pronunciará definitivamente, proclamando o que por todos já é sabido, a improcedência das atribuições que lhe foram dirigidas”, informa o documento.

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou na semana passada Geraldo Alckmin pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo os investigadores, o político teria recebido R$ 11,3 milhões não contabilizados da Odebrecht nas campanhas ao governo paulista, em 2010 e 2014. As investigações fazem parte dos trabalhos da operação Lava-Jato em São Paulo.

Alckmin nega as acusações e diz que suas contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Doria pronunciou-se sobre a denúncia contra Alckmin no dia seguinte à notícia. O governador disse não ver motivação política na ação do Ministério Público. “Não vemos essas denúncias como uma resposta de ordem política, e sim como de ordem técnica. A Polícia Federal realiza o seu trabalho assim como o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual cumprindo o seu dever, e o dever é de investigar”, afirmou Doria na ocasião. O senador e ex-governador José Serra, que protagonizou disputas internas no PSDB com Alckmin, também não assinou a moção de apoio.

Valor Econômico